A dependência de jogos de azar pode causar um ciclo vicioso de excitação e alívio, seguido por culpa e ansiedade. Esse comportamento é clinicamente conhecido como ludopatia e, em alguns casos, é classificado como doença mental. O ciclo leva o indivíduo a retornar ao jogo para aliviar os sentimentos negativos criados pelo próprio jogo.
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A mente de um jogador fica obscura e ele não consegue mais desempenhar suas responsabilidades. Por exemplo: um pai dependente do jogo perde a capacidade de brincar com seu filho e de se comunicar com a esposa. A consequência imediata, além das dívidas financeiras, é o distanciamento emocional. Como em todo o vício, a pessoa perde a noção de prioridades e valores. Assim, o viciado não pensa em ninguém, não pensa na família, nas consequências, não pensa em nada.
As redes sociais estão repletas de relatos de pessoas que perderam dinheiro e até bens, como carros e casas, tentando cobrir dívidas com agiotas. Segundo a Divorce Online, uma empresa do Reino Unido, o vício em jogos é um dos motivos pelos quais muitos relacionamentos não têm dado certo.
O acesso às apostas via celular não requer mais que a pessoa se desloque até as casas de jogos, o que torna a prática extremamente sedutora. A promoção das plataformas de apostas em eventos esportivos é um outro fator que contribui para o problema. Em algumas situações, as pessoas se envolvem com agiotas para continuar jogando, alimentando ainda mais o ciclo vicioso.
Especialistas afirmam que as apostas exploram a ilusão do dinheiro fácil, especialmente entre a população de baixa renda, que vê nos jogos a solução das dificuldades financeiras. As consequências são devastadoras nos aspectos financeiro e emocional.
O cenário atual tem sido tratado como problema de saúde pública, mas o governo ainda não se preocupou em fazer campanhas claras sobre o assunto – já que os impostos são altíssimos e prevalece o interesse de grandes grupos empresariais sobre o assunto.
O cristianismo, historicamente, sempre se posicionou contra os jogos de azar e você já deve ter se perguntado por quê. Há três fundamentos básicos a respeito:
1 – Devemos viver do ganho honesto, ainda que penoso (Gênesis 3.19);
2 – Não devemos gastar nosso dinheiro naquilo que não é pão (Isaias 55.1);
3 – Precisamos usar nosso dinheiro com bom senso.
Além desses três fatores, há uma clara percepção de que os jogos de azar trazem grandes prejuízos sociais e quase sempre levam os jogadores a viverem de forma desequilibrada. A isso somam-se outros pontos igualmente importantes: muitas vezes os jogos de azar estão associados à criminalidade, a contravenção sempre lança mão deles e pessoas viciadas se tornam cada vez menos produtivas.
Em caso de vício em jogos, é fundamental buscar ajuda, como o acompanhamento médico de um psiquiatra e de um psicólogo também.