Foi realizada na noite de quarta-feira ,10, no Plenário Teotônio Vilela, uma audiência pública para debater sobre a jornada de trabalho dos profissionais de enfermagem no município. A iniciativa foi do vereador Jerry Cabeleireiro (PSC) e contou com a presença dos parlamentares Amilton Filho (PSC), Vespa (PSC), Wederson Lopes (PSC) e Jakson Charles (PSB).
De acordo com o propositor da audiência, Jerry Cabeleireiro, a grande maioria desses profissionais trabalha com excesso de carga horária. “Os enfermeiros, técnicos e auxiliares trabalham excessivamente. Muitos acumulam empregos para poder complementar a renda familiar. E nos dias de descanso, ainda precisam cuidar da casa e dar atenção para a família”, disse.
Para solucionar essa situação no município, o vereador sugere uma diminuição da carga horária e um aumento do piso salarial. “Em São Paulo, soube que uma enfermeira aplicou leite no lugar do medicamento. Nós queremos começar a debater esses problemas. Não temos noticias dessa natureza em Anápolis, mas precisamos prevenir”, alertou.
Segundo Julio Cesar Gomes da Silva, enfermeiro chefe da Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, a legislação estabelece que o funcionário trabalhe 44 horas semanais “e por uma convenção coletiva conseguimos uma redução para 42 horas”. Mas, ainda assim acredita ser uma carga bastante pesada, sendo apontada uma sugestão de carga horária de 30 horas e um piso salarial mais adequado.
O enfermeiro contou ainda sobre a situação atual dos profissionais em Anápolis. “A Santa Casa funciona de uma maneira ininterrupta. Para que não tenha falta de enfermeiros e auxiliares, os profissionais fazem escalas de seis horas pela manhã, seis a tarde e 12 horas no período noturno. Todos os profissionais não têm fim de semana de descanso, e tampouco descansam a noite, já que trabalham em dias alternados no período noturno. Apesar de ter garantido todos os direitos trabalhistas, é necessário melhorar a qualidade de vida dos funcionários, capacitar os profissionais, investir mais em educação e atualização. Se o profissional não deixar a vida tranquila em casa, pode refletir nos cuidados com os pacientes”, ponderou.
A defasagem salarial dos enfermeiros foi lembrada pelo vereador Amilton Filho. “Há uma grande diferença salarial entre os médicos e os enfermeiros. É muito injusto. Um profissional depende do outro para exercer seu trabalho. Sem dúvida, a Câmara Municipal não pode ficar alheia a um assunto como esse, que é de grande relevância. A partir dessa audiência pública, podemos criar legislação e mecanismos de embasamento sobre o que pode ser feito”, disse.
O propositor, Jerry Cabeleireiro, afirmou que os profissionais que não tiveram condição de estar nesta audiência podem procurar o sindicato e Conselho Municipal de Saúde, para reforçar o que foi discutido no debate. “Acredito que não somente na questão da carga horária e piso salarial, a estrutura dos hospitais e postos de saúde terão uma melhora visível, uma vez que temos a dedicação do prefeito Antonio Gomide, que vai trabalhar ainda mais em favor da saúde da população”, finalizou.
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