Profissional da comunicação foi envolvido em trama que teve origem em sua aposentadoria. Ele tenta reaver o prejuízo na Justiça

Paulo Nunes Gonçalves, 69 anos, jornalista aposentado se declara mais uma vítima de estelionato virtual por haver caído numa trama que envolveu seus vencimentos e resultou em um prejuízo inicial de mais de 50 mil reais. Ele diz ter sido contatado por uma MEI, que se identificava como consultora financeira do banco Pan-americano. “Com muitas informações sobre a minha aposentadoria, ela me ofereceu um cartão de crédito em que apresentava uma série de vantagens. Isso em julho de 2022. Inicialmente eu relutei, mas, acabei fazendo a adesão. Para isso, mandei RG, CPF e uma fotografia pelo celular”, declarou Paulo Nunes.
O jornalista relata que, após obter os documentos a MEI (Micro Empresa Individual) intermediou um empréstimo consignado de quase 52 mil reais, que foi repassado, quase que, imediatamente, para sua conta de aposentadoria. “Isso sem que eu tivesse pedido ou quisesse, até porque, não fui consultado ou, informado, sobre taxa de juro, tempo para pagamento e valor da parcela” justificou o jornalista.
Desdobramentos
Paulo Nunes afirma que, ao ver o dinheiro em sua conta, ligou, imediatamente, para a consultora e falou de sua surpresa e do seu desinteresse por aquele empréstimo. “E a MEI disse: Não precisa se preocupar, vou te mandar um boleto no mesmo valor do que foi repassado para tua conta, basta você pagar o boleto e tudo estará resolvido. Só que ela, em vez de colocar o boleto em nome do banco o colocou em nome de sua empresa. E eu, sem perceber isso, paguei. No pagamento seguinte, já veio um boleto no valor de 1.450 reais, representando um terço do meu salário”, falou Paulo Nunes.
O valor foi parcelado para ser quitado em 84 parcelas. Com isso, o total da dívida passou de 120 mil reais. O jornalista disse haver ingressado na justiça na busca de reaver o prejuízo, mas, na decisão, o juiz da primeira instância considerou o seu pedido – suspensão da cobrança e devolução do que já foi debitado, que, até então, em valor absoluto, passa de 50 mil – improcedente.
Recurso ao TJ
Diante disso, o advogado de Paulo Nunes protocolo um recurso, que deve ir para a Segunda Instância (Tribunal de Justiça). Ele disse estar confiante de que o colegiado vá identificar o golpe. “Entendo que, mesmo bem feito, trata-se de um golpe e como tal será rechaçado pela justiça. Gostaria de lembrar que não se trata de um golpe pontual, ou seja, estou sendo golpeado todos os meses e, se não houver uma interrupção da justiça, estarei condenado a esse golpe continuado, que persistirá até o fim dessa década. Como estou com 69 anos, pode ser que eu não usufrua de minha aposentadoria completa ainda em vida” concluiu o jornalista Paulo Nunes.
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