“Graças a Deus e aos Amigos Meus – Memória de um Vicentino” é uma autobiografia de um personagem singular na história de Anápolis: José Borges
O ex-vereador José Borges completou 88 anos de idade no dia 24 de março. Na última quarta-feira, 28/04, ele e a esposa, Lourdes Barbosa Borges, celebraram Bodas de Vinho, ou seja, a passagem de 70 anos de matrimônio. Ao longo de sete décadas, o casal constituiu uma prole com sete filhos e a família continuou aumentando, com 17 netos.
Em um livro autobiográfico, José Borges conta a sua trajetória de vida. Aliás, é muita história contada e distribuída na publicação de 238 páginas, com o título: “Graças a Deus e aos Amigos Meus – Memórias de um Vicentino”.
No começo do livro, há um verso do poeta Paulo Nunes Batista, o PNB, um dos maiores nomes da literatura anapolina e goiana (senão brasileira, também), em que o mesmo descreve o amigo: “Conheci o Zezé Tipógrafo, conheci o Zezé Dentista, mas conheço, sobretudo, esse incansável Zezé que é homem de ação e fé em todo ponto de vista”.
Só dá para entender, indo mais adiante na leitura. José Borges, ou Zezé, mudou-se com a família para Anápolis aos cinco anos de idade. Com 10 anos, ele começava a frequentar a oficina do jornal A Luta, tornando-se gráfico mais tarde. Isso foi no ano de 1943.
Em 1954, iniciou o ofício de dentista prático. Com o seu gabinete, ele percorreu cerca de 70 localidades goianas, ao longo de quase três décadas. Nessas andanças pelas cidades, povoados e fazendas, conquistou uma legião de amigos.
Voltando um pouco na linha do tempo, há uma parte que não pode ser esquecida; o dia do “sim” com a sua Fiinha. No livro, há um trecho que resume a história: “O certo é que, no dia 28 de março, não resistindo ao eu assédio e porque, como me disse mais tarde, nela também acendeu a chama do amor, ela resolveu, apesar da oposição de seu pai, lutar pela sua felicidade ao meu lado, culminando com o nosso enlace matrimonial em 28 de abril de 1951”. Daí, vieram os filhos: Libertad; Lygia; Lindsay; Lisieux; Liane, Lilia e Cíntia.
José Borges iniciou a sua história de católico devotado em 1960, participando de vários movimentos religiosos, inclusive, ajudou a fundar as Comunidades Eclesiais de Base, um movimento de pensamento liberal dentro da igreja, com um braço de ligação com a Teologia da Libertação.
No ano de 1969, ingressou na Sociedade São Vicente de Paulo, sendo um de seus fundadores no Município e, ainda hoje, um dos seus mais ativos membros, tendo ajudado a fundar conferências vicentinas em, pelo menos, 25 cidades de Goiás.
José Borges prestou serviço voluntário durante vários anos em instituições como o Leprosário de Anápolis, Lar “Monsenhor Pitaluga”, Centro Comunitário Vicentino de Goiânia, entre outros. Vicentino, de “alma e coração”, presidiu o Asilo “São Vicente de Paulo” por 10 anos. Uma lista extensa de lugares onde exerceu o ofício de fazer o bem e ajudar ao próximo.
O político
No ano de 1989, alargando o horizonte de sua missão cristã em meio ao povo, José Borges iniciou carreira na política. Exerceu três mandatos consecutivos como vereador em Anápolis (1989-1992; 1993-1996 e 1997-2000). No ano de 1990, participou da elaboração da primeira Lei Orgânica do Município. Foi um dos campeões em apresentação de emendas ao texto “Constituição Municipal”.
Ao longo da vida, recebeu vários títulos e honrarias, como a Comenda de Mérito Parlamentar, a Comenda “Henrique Santillo”, a Comenda “Gomes de Souza Ramos”, o Título de Cidadão Anapolino, a Medalha do Mérito “Pedro Ludovico Teixeira”, entre outros.
Tão grande quanto a própria história, é a humildade desse anapolino, que tem uma contribuição imensurável de trabalho em prol de Anápolis e de Goiás, sobretudo, uma história de dedicação às pessoas carentes. Daí, não resta muito, se, não, agradecer ao Zezé Dentista, o Zezé Tipógrafo, ao Zezé Político, ao Zezé Cristão devotado e o Zezé Vicentino, “de coração e alma”.
Filho de Antônio Leite Borges (Tozinho) e Maria Josephina Amorim Borges (Neném), José Borges nasceu no Município de Jaraguá, em 24 de março de 1933. Ele mudou-se com a família para Anápolis quando tinha, apenas, cinco anos de idade.