
O perfil dos compradores de veículos zero-quilômetro no Brasil tem passado por uma transformação significativa nos últimos anos.
Se antes os jovens representavam uma fatia relevante do mercado automotivo, hoje a realidade é bem diferente. A combinação entre o alto custo dos veículos, a instabilidade econômica e as mudanças de comportamento têm afastado os consumidores mais novos das concessionárias.
Segundo levantamentos de mercado, a maior parte dos compradores de carros novos no país está concentrada nas faixas etárias entre 35 e 54 anos, enquanto os consumidores abaixo dos 30 anos representam menos de 10% das vendas. Entre os motivos apontados estão o aumento constante dos preços — que praticamente dobraram nos últimos cinco anos — e a dificuldade de acesso ao crédito, com juros elevados e exigência de maior entrada nas financiadoras.
Um carro popular, que em 2018 custava em torno de R$ 45 mil, hoje ultrapassa facilmente os R$ 100 mil, mesmo nas versões mais simples. Para os mais jovens, que estão ingressando no mercado de trabalho em meio a salários mais baixos e custo de vida elevado, a compra de um carro novo tornou-se um sonho cada vez mais distante.
Além do aspecto financeiro, há também uma mudança de comportamento. Muitos jovens, especialmente nas grandes cidades, têm priorizado outras formas de mobilidade, como o transporte por aplicativos, bicicletas elétricas e o transporte coletivo. O automóvel deixou de ser símbolo de status e passou a ser visto, em alguns casos, como um custo extra desnecessário.
Enquanto isso, o público mais maduro — com maior estabilidade financeira e renda consolidada — se mantém como o principal impulsionador do mercado de novos. Pessoas entre 40 e 60 anos representam hoje o núcleo mais fiel das montadoras, com preferência por SUVs e veículos com maior nível de conforto e tecnologia.
Para o setor automotivo, o desafio é grande: reconquistar a geração jovem, que cresce conectada, digital e ambientalmente consciente. Montadoras têm buscado atrair esse público com modelos elétricos compactos, versões de assinatura e planos de financiamento diferenciados. Ainda assim, o preço continua sendo o principal obstáculo.
O cenário mostra que, no Brasil de hoje, o carro novo se tornou um bem cada vez mais distante da juventude — e cada vez mais concentrado nas mãos de quem já está consolidado financeiramente.
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