Em uma decisão recente, a primeira vara criminal de Anápolis absolveu cinco policiais militares que enfrentavam acusações de envolvimento em um triplo homicídio ocorrido em 23 de agosto de 2021. O caso estava supostamente vinculado à execução de Fábio Escobar Cavalcanti, empresário de 38 anos, morto dois meses antes na mesma cidade.
O Ministério Público alegou que os crimes estavam interligados, mas os juízes concluíram que os policiais agiram em legítima defesa durante uma operação de rotina, sem evidências probatórias que justificassem a relação entre os eventos.
Os policiais absolvidos incluem Cabo Glauko Oliveira, primeiro tenente Adriano Azevedo de Souza, cabos Rodrigo Morais Leal e Thiago Marcelino Machado, além do Soldado Wemblayson de Azevedo Lopes. A justiça decretou a absolvição sumária, com base na falta de provas que pudessem sustentar as acusações levantadas pelo Ministério Público. Embora o MPGO tenha apelado, o recurso ainda aguarda análise.
Contexto do crime
As vítimas, Gabriel Santos Vidal, Gustavo Lage Santana e Mikael Garcia de Faria, eram amigos próximos. Os eventos que culminaram no triplo homicídio ocorreram após a morte de Bruna Vitória Tavares, um dia antes. Segundo o Ministério Público, Bruna possuía o celular usado para atrair Fábio Escobar a uma emboscada em junho daquele ano. No entanto, a justiça não encontrou provas suficientes para sustentar essa conexão. O depoimento de Carlos Eduardo Rodrigues da Silva, namorado de Bruna, foi considerado insuficiente para vincular os policiais ao caso.
Durante a investigação, a Polícia Civil indicou que o Cabo Glauko poderia estar envolvido em todos os incidentes, mas a justiça discordou da correlação sugerida. A falta de provas de que os policiais planejavam conscientemente confrontar os amigos de Bruna foi um fator crucial para a decisão de absolvição. As alegações de que as vítimas eram monitoradas como parte de uma operação legítima não foram contraditas por evidências robustas.
Dinâmica dos acontecimentos
No dia do crime, as vítimas estavam supostamente sendo monitoradas por envolvimento em atividades ilícitas na região. A perseguição policial resultou em um acidente envolvendo duas viaturas, que foi utilizado como evidência de que as vítimas estavam agindo de forma suspeita. Gabriel, Gustavo e Mikael foram mortos a tiros durante o incidente, mas a sentença destacou que não havia sinais de confronto direto, como marcas de luta ou resistência. Os juízes argumentaram que os depoimentos dos familiares das vítimas e as investigações da Polícia Civil não conseguiram estabelecer um cenário definitivo que indicasse armação ou premeditação por parte dos policiais. O reconhecimento fotográfico feito por Carlos, namorado de Bruna, foi anulado por inconsistências, e o PM Welton Silva Veiga, suposto executor de Fábio, não apareceu nas investigações. (Por Vander Lúcio Barbosa – @vanderlucio.jornalista)
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