Por Nilton Pereira
A divulgação de uma pesquisa da agência Urban Sistems, sobre as 100 melhores cidades para se fazerem negócios no Brasil, encaixa Anápolis em uma posição intermediária (já foi melhor) e chama a atenção para um assunto, por demais, importante: a política de industrialização no Município.
Enquanto que a Educação ficou em 62º lugar, o Comércio em 64º lugar, a Agropecuária em 71ª lugar e o Mercado imobiliário em 82º lugar, a Indústria ficou, apenas, na 93ª posição, quase fora das 100 pesquisadas.
Mas, o que teria acontecido com a “Capital Industrial do Centro Oeste”. Ou, com a “Manchester Goiana”. Onde está o tão decantado DAIA, Distrito Agro Industrial de Anápolis nosso orgulho, ou o que pensávamos ser nosso orgulho por mais de três décadas?
Ninguém responde, ou não quer responder. O certo é que ficamos, definitivamente, para trás. Outros municípios (nada contra o crescimento deles) têm nos superado e, muito. Principalmente na abertura de novos empreendimentos, ofertas de empregos e outros quesitos que alimentam a cadeia produtiva.
Aqui, estamos “sentados em cima do DAIA”, na doce ilusão de que ele seja insuperável. Definitivamente, não o é. O projeto DAIA esgotou e vivemos, apenas, da fama dele.
Por certo vão dizer que ele oferece mais de 20 mil empregos. E, é verdade. Mas, 20 mil empregos, só os estabelecimentos ao longo da Avenida Brasil oferecem. Talvez muito mais. E, as empresas localizadas às margens da Avenida Brasil não têm mídia espontânea do Governo, não têm incentivos diferenciados do Governo, não têm o apoio que o Governo oferece às indústrias do DAIA. São pequenos e médios empreendimentos com vida própria, com luz própria.
Assim sendo, é hora de se repensar o DAIA, com profundidade e, não, somente durante as campanhas políticas. Aliás, de muito mau gosto. É um distrito sem definição fundiária, onde não se sabe, por exemplo, de quem é a responsabilidade pela manutenção do seu sistema viário, pela coleta de lixo, pela iluminação. Há décadas isto tem sido um verdadeiro “jogo de empurra” entre Governo do Estado e Prefeitura para se saber quem manda. Ao final, ninguém manda, ou, todo mundo manda.
Se o Governo do Estado tiver juízo, manda liberar a área da improdutiva Plataforma Multimodal que, de plataforma, não tem nada e, muito menos é multimodal. Passados quase 15 anos de sua concepção, ela nunca serviu para, absolutamente nada.
Aliás, serviu sim. Serviu para sepultar milhões e milhões de reais (dinheiro do Tesouro Estadual) em desapropriação da área; arruamento; iluminação; rede de energia, sistema de captação de águas pluviais e outros investimentos infraestruturais. Mas, utilização prática, que é bom, nada. Nunca rendeu um centavo. Ali nunca foi instalado um quiosque sequer. E, nem se sabe quando é que isto irá acontecer. Se, um dia, acontecer.
Então, se existe esta desculpa, de que empresas não vêm para Anápolis por falta de áreas, ela cai por terá. Falta de área não é. Têm áreas de sobra, inclusive áreas prontas para receberem empresas.
E, a responsabilidade é, sim, do Governo Estadual. Não só desse que está há menos de dois anos em vigência. Mas, desse também. Os outros passaram e não deram conta de colocar a tal Plataforma para funcionar. Ela não funcionou e, não funciona nos moldes pretendidos. Precisa ser repensada, precisa ter utilidade.
Uma plataforma multimodal necessita de, pelo menos, três sistemas de transporte. A de Anápolis só tem o rodoviário. O aéreo, do propalado Aeroporto Internacional de Cargas, esqueçam. Não tem dinheiro para concluí-lo, não tem proposta e não tem demanda. O ferroviário, muito menos.
O pátio de manobras da Ferrovia Norte Sul foi levado para Rio Verde. O que Anápolis terá, se tiver, será um ramal da Ferrovia. Grande parte do tráfego, de acordo com o projeto original, vai passar ao longe. É muito dinheiro aplicado ali. Se esta plataforma tivesse de funcionar, já estaria em funcionamento.
Então, senhores governantes. É hora de pedir desculpas ao povo, dizer que a Plataforma é inviável e que a área vai ser disponibilizada para a instalação de indústrias. Ali caberiam dezenas de novas fábricas, com milhares de novos empregos, com milhões de reais em arrecadação de tributos. Não tem outro caminho. Se a tal Plataforma continuar do jeito que está, vai, cada vez mais, voltar ao estado original, ou seja, um imenso cerrado. Só que, com água, energia e esgoto sem qualquer consumo. Nada mais.
É preciso alguém pedir mais por Anápolis. Este alguém é o poder politico do Município. Vereadores; deputados; prefeito, lideranças empresariais e a sociedade organizada. E, por certo, o atual governador, com a sua sensibilidade e a sua atenção já demonstradas por Anápolis, irá encontrar uma solução para resolver esses problemas que já atravessam mais de década.
Não é possível ficar sentado à beira do caminho e ver os outros municípios evoluírem economicamente. Se não forem tomadas as providências agora, com certeza, na próxima pesquisa, a indústria de Anápolis estará fora da lista de classificação.
Falou tudo!
Até quando vão ficar nesse lengalenga!
Chegou a hora das autoridades valorizar o nosso voto e exigir uma solução pra essa obra que ao invés de trazer o progresso está se transformando em RETROCESSO.
Chega de empurrar com a barriga!
O problema de Anápolis está na total incompetência dos últimos administradores da Cidade, incluso, evidentemente, o atual. É muito fraco, não conseguiu dotar a cidade de Anápolis com as obras de investimento em infraestrutura que a cidade tanto necessita. Esta obra da plataforma multimodal está emperrada há vários anos e ninguém consegue terminar. O Governador atual que é da cidade de Anápolis, até o momento, não fez por Anápolis nada que poderia para resolver o problema. Neste ponto, temos que agradecer o ex governador Marconi Perilo. Que não terminou a obra, mas deixou muito pouco a ser terminado. Acho que vamos ter que importar alguns prefeitos aqui do estado pra dar um choque de gestão na cidade. O prefeito de Aparecida, O prefeito de Rio verde, que por exemplo, está comandando a obra da plataforma logística deles, gerando novos empregos naquela cidade. Pasmem, até o atual prefeito de Goiânia tem feito muito melhor trabalho que o nosso gestor. Andem na cidade de Anápolis, veja se conseguem notar alguma mudança estrutural na cidade. Nada. só o que já havia sido feito. Anápolis precisa muito mais do “Arrumar a casa” como gosta de dizer o atual prefeito.