Respeitada no Brasil em outros países, a médica intensivista e cardiologista, Ludhmila Abrao Hajjar é, por assim dizer, o reforço que qualquer time gostaria de ter para ganhar um jogo. Mas, no caso dela, o reforço não é para um jogo, mas para um “estado de guerra”, contra uma epidemia global chamada novo coronavírus.
Na tarde desta sexta-feira, 20/03, Ludhmila Hajjar esteve em Anápolis para colocar sua bagagem de conhecimento à disposição da cidade, para ajudar nas medidas que o Município vem adotando para prevenir e combater o coronavírus. E ela não veio, apenas, trazer mensagens e esclarecimentos. Mas dar uma contribuição efetiva para a Prefeitura, sobretudo, no que concerne a preparação de pessoal e de estrutura, sobretudo, para as internações de UTI – caso sejam necessárias – sendo esta uma área que ela domina como poucos. Para se ter uma ideia, a sua tese de mestrado mudou o protocolo para cirurgias. Mesmo jovem, Ludhmila comanda as UTIs do Sírio Libanês, InCor e Icesp, que são os maiores centro de referência em tratamento cardíaco no País.
Durante sua passagem por Anápolis, ela ministrou um workshop para profissionais da secretaria municipal de Saúde e, em seguida, junto com o prefeito Roberto Naves, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa no hall do Centro Administrativo. Precavida, ela dispensou o microfone e respondeu a várias perguntas.
Logo no início da entrevista, Ludhmila – que estava acompanhada do pai, o empresário Samir Hajjar, ou, Samirão, como é conhecido na cidade – disse que retornou à sua terra natal para se colocar à disposição dos pacientes mais graves do coronavírus. Ela vai ajudar a preparar a equipe e a estrutura para este atendimento, onde poderão estar pessoas na linha tênue entre a vida e morte. Mas, conforme ressaltou, melhor não chegar lá e, por isso, ela ressaltou a importância do engajamento da população nas medidas de prevenção, evitando-se que ocorra aqui o cenário dramático que vive a Itália.
A médica ressaltou que as evidências mostram que os cuidados são fundamentais para conter a pandemia, e isso foi demonstrado em duas cidades italianas, Lodi e Bergamo. Na primeira, as ações profiláticas, ou seja, de prevenção, foram colocadas em prática mais cedo, como a restrição de pessoas em locais públicos. Em Bergamo, as medidas foram retardadas e o resultado é que, num determinado intervalo de tempo, a cidade de Bergamo teve quase o dobro de casos de coronavírus do que a cidade de Lodi.
Solidariedade
Ludmila Hajjar elogiou as iniciativas que estão sendo adotadas pelo prefeito Roberto Naves. “Anápolis sai na frente”, disse. Porém, reforçou que a hora é de união de esforços, inclusive, disse, ela, do ponto de vista de ajuda para aquelas famílias que estejam com dificuldade na parte de alimentação e de roupas.
“A palavra hoje é solidariedade”, ressaltou a médica intensivista, observando que a COVID-19 é uma doença que não respeita classes sociais e, na sua avaliação, o Brasil não tem uma estrutura adequada, em termos de UTIs, para acolhimento de todos os pacientes que porventura venham a evoluir com a doença. Os 44 mil leitos existentes no País, têm uma taxa de ocupação de 95%. Por isso, é importante- disse ele- trabalhar na prevenção, evitando-se chegar ao ponto crítico.
Medicamentos
Questionada se há algum medicamento que as pessoas possam utilizar para COVID-19, Ludhmila Hajjar afirmou que ainda não. O próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump- disse- afirmou numa entrevista coletiva ter esperanças que os pesquisadores possam encontrar um medicamento. Ele citou vários deles que estão sendo apontados como possíveis tratamentos, mas pontuou que não há evidências de eficácia em relação a nenhum deles. A profissional salientou que é importante seguir a prescrição do médico para cada caso. A automedicação pode acarretar problemas sérios, inclusive, cardíacos. “Pode ser que daqui a um mês, dois meses surja algum estudo. Por enquanto, é preciso ter cautela!”, recomendou.
Fake News
Ludhmila Hajjar também orientou que as pessoas busquem informações de fontes confiáveis sobre tudo o que envolve a pandemia do coronavírus, pois há muita informação que não ajuda e pode causar mais problemas.
Já no final da entrevista, o prefeito Roberto Naves agradeceu Ludhmila Hajjar pelo apoio que ela veio trazer para a cidade de Anápolis e para a população anapolina. Ele enfatizou que o Município está preparado, contudo, alertou que essa estrutura pode não ser suficiente. “Isso vai depender de todos nós. Se respeitarmos as medidas de prevenção, ela [a estrutura] será suficiente; se não houver respeito, em lugar nenhum do mundo tem estrutura que consegue”.
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