Um levantamento feito pela Central Única das Favelas mostrou que 407 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em Goiás. De acordo com o presidente da instituição, Breno Cardoso, essas famílias se sustentam com, no máximo, R$ 10 por dia. Isso mesmo: dez reais. Então o que fazer? Ele responde: “juntar a sociedade civil organizada, o poder público e todos os que podem unir forças para olhar para as políticas públicas e beneficiar a essas famílias”.
E, que famílias são essas? Muitas delas remanescentes da crise econômica mundial de 2018, cujos reflexos perduram até nos dias de hoje. Outras são mais recentes: são as vítimas da covid-19 que estragou o que já estava estragado. Muitos, ainda, tentavam se soerguer, quando foram surpreendidos pela pandemia. Outros tantos vêm de amargar o desemprego que, no Brasil, tem quase 14 milhões de pais (e mães) de família. Sem contar que, com o fim do Auxílio Emergencial, este número pode aumentar, e, muito.
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Ninguém deseja isso, mas a tendência é que o desespero bata às portas de gente que nunca passou por privações maiores, que nunca teve fome, que nunca teve de entrar em filas de instituições filantrópicas, ou, organizações não governamentais para sair de lá com uma pequena cesta de alimentos. E, restou provado que os governos (Federal, estaduais e municipais) não têm recursos financeiros, nem logísticos, nem estruturais para enfrentarem uma crise desta.
O que resta fazer, então, é remir o tempo e o dinheiro. Economia é a palavra-chave. Quem tem alguma coisa, ainda, que guarde e gaste, apenas o necessário. Quem está desempregado, que busque uma colocação, mesmo que seja em uma atividade com a qual não se identifica. Quem, ainda, não passou pelo drama da pobreza e da necessidade, que se dê por satisfeito e, faça de tudo para não passar. Até porque, esta crise, um dia, vai ter fim. Só que, ninguém sabe quando isto acontecerá.