Na eleição de outubro passado, Anápolis foi a única cidade goiana a ter o segundo turno na disputa eleitoral. Todas as atenções do noticiário político no Estado se concentraram na disputa entre a peemedebista Onaide Santillo e o petista Antônio Roberto Gomide, que acabou levando a melhor com 122.245 votos dos votos válidos, contra 39.394 sufrágios dados em favor de sua adversária.
Foi a segunda vez que a cidade escolheu o seu representante para o Poder Executivo, em segundo turno eleitoral. Na disputa de 2004, Pedro Sahium, do PSB, venceu a disputa com Rubens Otoni (PT), numa votação acirrada.
Mas, se o crescimento da população trouxe essa perspectiva de uma eleição mais democrática, por outro lado, traz preocupação o fato de que, embora o eleitorado tenha dobrado nos últimos 20 anos, passando de 106.508 em 1998, para 217.127 em 2008, a representação do Município na Assembléia Legislativa, principalmente, tem deixado muito a desejar. Na eleição para deputado estadual, os anapolinos conseguiram eleger apenas um representante. O município vizinho de Goianésia que tem pouco mais de 50 mil habitantes, conseguiu eleger dois representantes.
Para os “analistas políticos de plantão”, isso ocorre devido a vários fatores, mas dois deles são mais relevantes: o não surgimento de novas lideranças e a pulverização de candidaturas, que abre espaço para que candidatos de outras regiões venham buscar votos em Anápolis, e, depois esquecem até de passar para agradecer. Tanto em uma situação como na outra, há uma carga de responsabilidade sobre os partidos políticos que são responsáveis em estimular o surgimento de novos quadros, assim como montar chapas competitivas para os pleitos. O eleitor, obviamente, também tem a sua parcela de culpa, no momento em que dá o voto a um candidato de fora, que não tem compromisso com a cidade.
Na Câmara Federal, Anápolis conta com dois representantes: Rubens Otoni (PT) e Ronaldo Caiado (DEM), embora este último tenha um foco mais voltado para o setor ruralista e em questões de interesse nacional. Enquanto que o petista tem uma ação mais municipalista e tem, com isso, se desdobrado para fazer com que os recursos federais aportem em Anápolis.
No Senado da República, nenhum dos três representantes de Goiás é de Anápolis. Mas, todos têm vínculos próximos: Lúcia Vânia (PSDB), é ex- primeira-dama do município; Marconi Perillo (PMDB) tem na conta de duas eleições para governador, expressivas votações no colégio eleitoral anapolino; e Demóstenes Torres (DEM), teve votação expressiva no município, além de ter na sua chapa a ex-primeira-dama Sandra Melon, como suplente. Portanto, é uma representação, embora não genuína, mas legítima e que pode – e deve – ser acionada para defender os interesses do município.
Gomide reafirma disposição de “mandato a favor de Anápolis”
Representante de Anápolis na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), no exercício de seu segundo mandato, o deputado estadual...