A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora da República pelo Acre, Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, esteve em Anápolis na última quarta-feira, 13, participando da programação da Semana do Meio Ambiente, promovida em parceria entre o SESC e a Prefeitura. Com 19.636.359, quase 20% dos votos válidos na eleição presidencial de 2010, Marina Silva despertou a atenção dos brasileiros pelas posições firmes defendidas, não só nos temas ligados à área ambiental, como também em outras áreas. Sua campanha ficou, ainda, marcada por conta da sintonia com o eleitorado jovem, através das redes sociais. Antes de ministrar a palestra para um público que lotou as dependências do espaço do evento no SESC, Marina Silva concedeu entrevista ao Jornal CONTEXTO, em que o principal tema abordado foi a Conferência Rio +20, aberta, também, na quarta-feira. A ex-ministra do Meio Ambiente no Governo de Lula criticou a posição do Governo de Dilma Rousseff em extrair da agenda os temas ambientais. Em sua opinião, é um equívoco e uma perda de tempo, realizar um evento dessa magnitude para discutir “economia verde”, governança e temas sociais. Segundo ela, o foco deveria ser outro, ou seja, o desenvolvimento sustentável. Conforme observou, é razoável que o País tenha de expandir a produção agrícola. Mas, isso – disse – não depende de aumento de área, e, sim, de investir em pesquisas para o aumento de produtividade.
A ex-ministra, e ex-presidenciável criticou, também, o Código Florestal, aprovado recentemente no Congresso Nacional e que sofreu veto parcial da Presidência da República, que regulamentou alguns dos dispositivos por meio de Medida Provisória. Marina Silva enfatizou que o texto do Código aprovado no Congresso atendeu somente à bancada ruralista e classificou-o como um “enorme retrocesso”. Indagada sobre a expectativa de novas mudanças, ela observou que a Presidente Dilma Rousseff ainda dispõe de tempo para isso, mas não demonstrou muito entusiasmo com essa possibilidade. Um dos pontos que mereceu crítica foi o dispositivo da Medida Provisória que confere ao Governo a prerrogativa de diminuir as áreas de conservação já criadas.
Projeto político
Marina Silva disse ao CONTEXTO que não tem nenhuma aspiração em relação à eleição presidencial de 2014 e negou que esteja trabalhando a criação de um novo partido, como chegou a sinalizar, assim que deixou o PV (Partido Verde). “Não sei o que vou fazer em 2014, mas sei que não vou ficar em cadeira cativa de candidato. Dei a minha contribuição”, ressaltou, emendando: “Não sei se serei candidata, mas vou continuar lutando como sempre lutei por um Brasil mais justo”. Para a ex-ministra, é importante que a questão ambiental, faça também parte da agenda da eleição deste ano nos municípios.