Mesmo não residindo em Goiás e não estando filiado (até o momento) a nenhum partido político, o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles é a figura principal do emaranhado e complexo quadro sucessório estadual para 2010. Embora afirme, categoricamente, que sua atenção esteja plenamente voltada para os assuntos econômicos nacionais, na condição de gestor maior das finanças brasileiras, Meirelles, volta e meia, deixa escapar, principalmente na chamada “grande imprensa”, que não perdeu o gosto pela política e que seria, indiscutivelmente, um nome a mais nos debates para a sucessão do Governador Alcides Rodrigues.
E o próprio Alcides, que por circunstâncias constitucionais, não pode ser reeleito, teria, a princípio, uma queda pela candidatura de Meirelles. É que, dependendo, como depende, do Governo Federal, ainda mais agora quando pleiteia um empréstimo de R$ 1,3 bilhão para salvar a Celg, o Governador, que anda meio insatisfeito com o PSDB de Marconi Perillo, não teria muita dificuldade em assimilar uma candidatura indicada, ou, pelo menos, apoiada, pelo Presidente Lula. Além de estreitar esta parceira, Alcides ficaria bem à vontade junto ao Governo Federal para concluir seu mandato com certa folga financeira.
Os nomes
Tudo isso, entretanto, depende de Henrique Meirelles. Ele, que já foi eleito (mais votado da história) deputado federal pelo PSDB em Goiás, tem confidenciado que pretende voltar à política. E convites é o que não lhe faltam. Do próprio PT, aos mais variados partidos, inclusive alguns que a princípio seriam, teoricamente, adversários ideológicos, todo mundo assedia Meirelles. O motivo é simples: o Presidente do Banco Central é, hoje, depois de Lula, o homem mais influente da República. E vai indo muito bem na condução do Banco Central. Assim sendo, apoio técnico, econômico e logístico, não lhe faltaria. Do operariado, por conta da popularidade do Presidente Lula; do empresariado, devido à sua forte influência junto ao intrincado mundo dos negócios nacionais e internacionais. E, das lideranças políticas, porque, todo mundo, quer ser seu aliado.
E, ao que consta, o futuro da política de Goiás vai permanecer numa espécie de mistério, dúvida, incerteza e, principalmente, muita especulação, até, pelo menos, setembro, quando se esgota o prazo para as filiações partidárias de quem deseja concorrer nas eleições do ano que vem. Se Henrique Meirelles se filiar a algum partido, parte do mistério acaba. Dependendo da agremiação que escolher, decide tudo. Escolhendo o PP, sepulta, de vez, a Base Aliada que elegeu Marconi duas vezes e Alcides uma vez. Se escolher o PT, certamente acabam-se todas as chances de Rubens Otoni. Se for para o PMDB, Íris Resende cai fora e vai ser candidato a senador. Se for para um partido, mesmo que não tenha grande expressão de mídia, desmorona uma série de outras candidaturas, já que pouca gente, ou quase ninguém, ousaria enfrentá-lo nas urnas. Mas, se Meirelles não for candidato, ou migrar para outro estado, conforme até já se chegou a especular, zera todo o processo e, aí, os goianos terão apenas um ano para decidirem o futuro político/administrativo do Estado.
Nada oficial, ainda, mas destino de Roberto Naves pode ser o Partido Liberal
Por enquanto, não tem nada ainda oficial. Mas, nos bastidores da política anapolina, tem-se como praticamente certa a nova opção...