Distribuição foi feita através do Banco de Alimentos à famílias em situação de vulnerabilidade e à instituições filantrópicas
Há mais de quinze anos, o Banco de Alimentos, instalado na Central de Abastecimento Regional de Anápolis (CEARANA), ajuda a combater a fome e o desperdício no município. A ação consiste na doação de alimentos fora dos padrões de venda no comércio a instituições cadastradas e famílias em vulnerabilidade social.
O Banco de Alimentos atende hoje cerca de 500 famílias mensalmente e mais de quarenta instituições filantrópicas, dentre elas: Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Hospital Municipal, Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), Cais Mulher, entre outras. Todos esses mantimentos disponibilizados estão prontos para o consumo humano e fazem toda a diferença. No último mês foram arrecadadas no Banco de Alimentos, 27.800 toneladas, mas nem todas puderam ser aproveitadas.
A Coordenadora Geral do Banco de Alimentos, Joyce de Paula Silva, explica que, os alimentos arrecadados passam por uma espécie de triagem (seleção), e aqueles que não estiverem oportunos para o consumo, são descartados e doados para criadores de animais. “Procuramos evitar ao máximo o desperdício”, complementa a coordenadora. A organização conta hoje com 13 funcionários, dentre coordenadores, auxiliar de estoque, estagiários, entre outros.
Seu Jaime Inácio Vaz é proprietário do famoso Lar do Ancião “O caminho”, uma das principais entidades de Anápolis. O comerciante conta que, há 42 anos busca mantimentos semanalmente na CEARANA, os alimentos ajudam no complemento das refeições dos idosos, que como são muitos, às vezes não é o suficiente.
“A busca das doações são feitas sempre as terças feiras, essa é uma ajuda de suma importância e lá são todos muito atenciosos. A quantidade tem variação de semana a semana, depende da disponibilidade que encontramos no banco de alimentos. Se tivesse algo para ser melhorado, seria em relação ao desperdício, talvez uma comunicação melhor lá dentro ajude a melhorar essa questão”, adita seu Jaime.
O cadastro para atendimento é realizado no próprio Banco de Alimentos, é necessário preencher uma ficha cadastral e cumprir os requisitos de atendimento conforme o formulário. Este cadastramento é avaliado e triado em parceria com a Secretaria de Assistência Social. Gestantes, deficientes e idosos tem prioridade na retirada de cestas.
Número de doações cai por conta da pandemia
Segundo os dados disponibilizados pelo Banco de Alimentos da CEARANA, a quantidade de doações arrecadadas desde o começo do ano, até os dias atuais caíram de forma considerável. Os números apontam que, em janeiro foram coletadas 36.170 toneladas de alimentos, já em maio essa quantidade caiu para, 27.800 toneladas.
Segundo a coordenadora do Banco de Alimentos, a pandemia veio de encontro com o período frio do ano, e por isso o declínio foi tão grande. “Como o boxista não tem muita produção, os preços dos produtos sobem muito, e acontece uma valorização maior do produto. Sendo assim, até mesmo aqueles alimentos que não estão aptos para o comercio, são colocados a venda, provocando a falta de mantimentos para doação”, afirma Joyce.
Ainda de acordo com Joyce de Paula, o descaimento das doações não foi à única mudança no Banco de Alimentos neste período de pandemia. Segundo relata à coordenadora, agora só é possível buscar os donativos, mediante a um agendamento prévio e com o uso devido de máscara.
Dona Mirian Nunes, busca há três anos mantimentos no Banco de Alimentos da CEARANA. A aposentada conta que neste período de pandemia algumas mudanças foram necessárias para apanhar a cesta na organização. “Agora entra uma quantidade de pessoas, pegam as doações e vão embora, para evitar filas e aglomeração, geralmente é só pegar a cesta no balcão e sair”, adita.