Por Vander Lúcio Barbosa
Daqui mais alguns dias vamos nos despedir do mês de março, teoricamente dedicado à mulher e às suas mais diferentes causas. Temos sido bombardeados pela mídia com pronunciamentos, defesas, posicionamentos e outros tipos de abordagem da causa feminina, como se tudo estivesse a caminho da resolução. Mas, na maioria do casos, são procedimentos estéreis, apenas para se ganhar publicidade e notoriedade, principalmente por parte da classe política. Passada a euforia das celebrações, em sua grande maioria, desproporcionais, demagógicas, despropositais e impróprias, cada qual retorna ao seu reduto e só vai se lembrar do assunto em março do ano que vem.
Essa gente nem percebe que as empresas lideradas por mulheres crescem mais. E, a despeito disso, a realidade impõe barreiras a elas que ganham menos, têm menos tempo para os negócios e enfrentam mais dificuldades financeiras. Muitas dessa mulheres equilibram a vida de mãe e empreendedora. Outras tantas, lutam para conquistarem o que deveria ser básico: o direito de administrarem o próprio dinheiro. Mas, o poder público faz vistas grossas a esse estado de coisas.
Também, daqui a pouco, ninguém mais vai se dar conta de que a violência patrimonial, ainda, mantém muitas mulheres presas a relações abusivas, ao passo que a sobrecarga invisível do trabalho doméstico reduz suas chances de avançar. E, mesmo assim, apesar dos desafios, essas batalhadoras seguem na movimentação da economia, no encontro de soluções e reinvenção de caminhos. Pouco se diz que a presença feminina no mercado de trabalho. em que pese os obstáculos enfrentados por elas no dia-a-dia, terem aumentado, especialmente, em áreas estratégicas. Um exemplo é o setor de tecnologia, onde elas já representam 25% dos profissionais.
Além disso, o empreendedorismo demonstra essa tendência. As mulheres já são um terço dos empreendedores em expansão. Outra coisa que (quase) ninguém percebe é que essas mulheres empreendedoras no Brasil têm um nível de escolaridade mais alto do que o dos homens que comandam negócios. Entre 2012 e 2024, a presença de mulheres com Ensino Superior Incompleto, ou mais, aumentou 16,5 pontos percentuais. Isto sem se falar na presença, cada vez mais aguda, das mulheres nos diferentes nichos de evolução econômica, como comércio, indústria, serviços prestacionais, terceiro setor e outros. Portanto, comemorar o Dia Internacional da Mulher não é, somente, fazer uma ”festinha” para desencargo de consciência., É muito mais do que isso.
Mas, determinados setores se contentam, apenas, em divulgar, comentar e explorar, principalmente nas redes sociais, os casos de violência contra a mulher, em suas mais diversificadas formas. Sem, claro, apontarem soluções ou, oferecerem qualquer tipo de ajuda, ou, apoio que possa colaborar para um combate eficaz e despolitizado às contantes discriminações que as mulheres recebem no seu cotidiano. A sociedade precisa acordar para este momento importante da história. As mulheres, queiram, ou, não, têm avançado em suas conquistas. Merecidamente, por sinal.
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