Setembro é o Mês Mundial da Doença de Alzheimer. Para marcar este período de conhecimento e conscientização sobre a doença, está sendo realizada uma campanha internacional com o tema: “Vamos Conversar sobre demência”. Essa campanha é coordenada pela Alzheimer’s Disease International (ADI), a organização que congrega a ABRAz/FEBRAZ e todas as associações de Alzheimer do mundo.
A Associação Brasileira de Alzheimer lançou o Boletim ABRAz 2020, contendo informações e mensagens acerca da doença e da campanha que, este ano, de acordo com a entidade, traz um chamamento ainda maior, considerando que o surto da Covid-19 revelou, no mundo inteiro, o despreparo dos sistemas de saúde para fornecer serviços de rotina e apoio às pessoas que vivem em condições crônicas, como a demência.
“Durante a pandemia do COVID-19, é imperativo que as pessoas continuem falando sobre demência, buscando informações, conselhos e apoio. Não espere até o término do bloqueio ou das restrições para procurar um médico com quem falar sobre possíveis sintomas de demência”, recomenda a ABRAz.
De acordo com a entidade, falar sobre a demência no Mês Mundial do Alzheimer é uma oportunidade para dirimir o medo e o estigma que cerca a demência em todos os lugares. “A falta de conhecimento sobre demência leva a suposições imprecisas sobre seus efeitos na pessoa que tem diagnóstico de demência e sua família, além de estereótipos negativos sobre como uma pessoa com demência se comportará”, destaca o Boletim da Associação, acrescentando que conversar sobre a demência leva a um melhor planejamento e acesso a redes de apoio e serviços para melhorar a vida das pessoas com demência, assim como seus cuidadores e famílias.
O que é a Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. Quase todas as suas vítimas são pessoas idosas. Talvez, por isso, a doença tenha ficado erroneamente conhecida como “esclerose” ou “caduquice”.
A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.
Seu nome oficial refere-se ao médico Alois Alzheimer, o primeiro a descrever a doença, em 1906. Ele estudou e publicou o caso da sua paciente Auguste Deter, uma mulher saudável que, aos 51 anos, desenvolveu um quadro de perda progressiva de memória, desorientação, distúrbio de linguagem (com dificuldade para compreender e se expressar), tornando-se incapaz de cuidar de si. Após o falecimento de Auguste, aos 55 anos, o Dr. Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu as alterações que hoje são conhecidas como características da doença.
Não se sabe por que a Doença de Alzheimer ocorre, mas são conhecidas algumas lesões cerebrais características dessa doença. As duas principais alterações que se apresentam são as placas senis decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide, anormalmente produzida, e os emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau. Outra alteração observada é a redução do número das células nervosas (neurônios) e das ligações entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume cerebral.
Estudos recentes demonstram que essas alterações cerebrais já estariam instaladas antes do aparecimento de sintomas demenciais. Por isso, quando aparecem as manifestações clínicas que permitem o estabelecimento do diagnóstico, diz-se que teve início a fase demencial da doença.
As perdas neuronais não acontecem de maneira homogênea. As áreas comumente mais atingidas são as de células nervosas (neurônios) responsáveis pela memória e pelas funções executivas que envolvem planejamento e execução de funções complexas. Outras áreas tendem a ser atingidas, posteriormente, ampliando as perdas.
Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.
(Fonte: site da ABRAz: https://abraz.org.br)