A ideia de dar a Anápolis um jornal impresso com a mesma qualidade dos que, então, circulavam nos chamados grandes centros, nunca deixou de incomodar pessoas apreciadoras da informação escrita. Muitas tentativas aconteceram ao longo de anos, algumas com início, até animador, mas que, em determinada fase da trajetória, acabaram por sucumbir.
Um belo dia, o Vander (Vander Lúcio Barbosa da Silva) entusiasta do jornalismo impresso, em conversa com outro sonhador, o Arinilson (Arinilson Gonçalves Mariano) tocou no assunto. O Vander, por sinal, já respirava jornal desde a adolescência, funcionário da sucursal de O Popular que era, e que, pouco tempo depois se aventurou a escrever.
Não demorou muito e já começou a produzir pequenos projetos, mas, com certeza, sem imaginar o caminho sem volta para o qual se dirigia. O Arinilson, recém-saído da faculdade, louco para “mostrar serviço”, entrou na onda e em poucos dias, o Jornal Contexto começou a ganhar mais espaço na imaginação da dupla.
“Vamos fazer um jornal?”, perguntou o Vander. “Vamos sim”, respondeu o Arinilson. “Então, vamos. Já tenho até o nome. Vai se chamar Jornal Contexto”, completou o Vander. Com pouco dinheiro, mas, com muita coragem, os dois estavam decididos. Foi quando me convidaram para fazer parte do sonho. Tivemos uma reunião preliminar no Restaurante Absoluto, em certa tarde. Saímos de lá dispostos, animados e convictos de que faríamos um jornal de excelência.
E, de fato o fizemos. De lá para cá, se passaram mil edições, mil semanas, 250 meses, mais de 20 anos. Parece que foi ontem…
O pequeno grupo logo se ampliou, chegaram novos colaboradores, a influência do Contexto se ampliou e o que parecia um sonho inicial, transformou-se em uma realidade respeitável.
De repente, o Contexto se tornou leitura obrigatória de todas as camadas sociais, se fez presente nas bancas, nas lojas, nos escritórios, nos tribunais, nas repartições públicas, nas faculdades, nas praças esportivas, enfim, por toda a Anápolis.
Em todo esse tempo, gente chegou, gente saiu, gente que permaneceu por muito tempo, gente que permaneceu por pouco tempo. Mas, todos, de igual forma, fazem parte da vitoriosa história do Jornal Contexto.
Eu, mesmo, nunca saí. Meu nome está em todas as edições. Todas mesmo e, com muito orgulho, por sinal. Pretendo continuar até quando Deus permitir. Não me vejo longe das notícias, longe dos fatos e dos atos.
Nasci jornalista, não tem jeito. É o meu perfil, é a minha marca registrada. O Jornal Contexto faz parte da minha vida, da minha personalidade. Isso ninguém me tira. Se um dia, por qualquer motivo, eu deixar o Contexto, vou sentir muita saudade.
Nilton Pereira– Jornalista, Radialista e Editor do Contexto
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