Prevista para 2021, a medida foi suspensa pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por causa da pandemia do Novo Coronavírus, que prejudicou o andamento das ações
A retirada da vacina contra a febre aftosa, prevista para 2021, foi suspensa pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, em decorrência principalmente da pandemia do Novo Coronavírus, problema que prejudicou o andamento de todas as ações e medidas que estavam em execução nos Estados brasileiros com esse objetivo.
A informação foi repassada pelo diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Geraldo Moraes, durante videoconferência que reuniu representantes dos Serviços Veterinários Oficiais e da iniciativa privada dos dez Estados que compõem o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (2017-2026) – PNEFA.
O Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária – Agrodefesa, tem posição contrária ao adiamento e defende a proposta inicial do Mapa, de retirada da vacinação no segundo semestre de 2021.
Porém, o Estado faz parte do Bloco IV, que é integrado também por Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal e, mesmo cumprindo todas as 43 metas no âmbito do PNEFA, não poderá, isoladamente, se tornar área livre de vacinação, por causa da interdependência comercial e sanitária existente entre os Estados, o que inviabilizaria a medida.
O presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária – Agrodefesa, José Essado, afirma que Goiás trabalha com afinco para cumprir todas as metas do Plano Estratégico e em todos os encontros com os representantes dos demais Estados se posiciona favoravelmente à manutenção do calendário de retirada da vacina em 2021.
O problema é que diversos Estados do Grupo IV preferem o adiamento, já que não conseguiram avançar por causa da pandemia. A reunião virtual desta quarta-feira contou com dois representantes de cada um dos Estados do Bloco IV, e dirigentes e técnicos do Ministério da Agricultura. Além do diretor de Saúde Animal, participou também o chefe da Divisão de Febre Aftosa, Diego Viali dos Santos.
De Goiás, participaram o diretor de Defesa Agropecuária do Agrodefesa, Sérgio Paulo Coelho; o gerente de Sanidade Animal, Antônio do Amaral Leal; o coordenador do PNEFA no âmbito da Agência, Wladimir Lênin Pedroso Moraes, e o representante da iniciativa privada, Uacir Bernardes, diretor executivo do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária em Goiás – Fundepec. Canforme Antônio Leal, todos os representantes dos Estados puderam discorrer sobre a situação de seus respectivos Estados.
Tempo de incertezas
O adiamento da retirada da vacina vem sendo alvo de discussões no próprio Ministério e com os Estados – a grande maioria – que ainda não possuem o status de livre da febre aftosa sem vacinação. Em recente reunião da Equipe Gestora Nacional com representantes do setor produtivo (indústria e produtores rurais), e participação também do setor público (Mapa e Serviços Veterinários Oficiais), houve o entendimento de que o momento é de muitas incertezas e, por conta da Covid-19, diversas medidas que estavam em andamento foram desaceleradas ou interrompidas, inviabilizando o prosseguimento das ações necessárias à retirada definitiva da vacina.
Os Estados do Bloco I (Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte do Mato Grosso) devem finalizar as ações necessárias até agosto deste ano, viabilizando o reconhecimento internacional de zonas livres de aftosa sem vacinação a partir de maio de 2021. Também os Estados do Rio Grande do Sul e Paraná devem alcançar o status de livre de aftosa sem vacinação, como já ocorre em Santa Catarina. Já nos Estados dos Blocos II, III e IV, a retirada da vacina fica adiada. Em princípio, a vacinação deve ter continuidade até novembro de 2021. No primeiro semestre de 2021 será feita nova avaliação para a tomada de decisão.
Com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento