Em áudio obtido e divulgado pela Folha de S.Paulo nesta terça, dia 22, Milton Ribeiro disse que sua prioridade “é atender 1º os municípios que mais precisam e, em 2ª, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”. A declaração foi realizada em uma reunião do Ministério da Educação (do qual Milton é ministro) com prefeitos, lideranças do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
A fala refere-se ao próprio Gilmar Santos, líder do Ministério Cristo para Todos, uma das igrejas evangélicas da Assembleia de Deus em Goiânia (GO). O ministro da Educação afirmou, ainda na gravação, que a prioridade ao pastor “foi um pedido especial que o presidente da República [Jair Bolsonaro (PL)]”.
Reportagens da Folha de S.Paulo e do O Estado de S. Paulo mostram quem os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura influenciam o repasse de verbas no MEC. Segundo os jornais, o governo tem priorizado repasses de verbas a Prefeituras atendendo aos pedidos dos pastores. Eles têm negociado a liberação de recursos federais com os municípios desde, ao menos, janeiro de 2021.
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De acordo com relatos feitos sob anonimato à Folha por gestores e assessores, os pastores negociam a liberação de recursos às prefeituras em restaurantes e hotéis de Brasília, e depois entram em contato com o ministro. O chefe do MEC, então, determina ao FNDE a oficialização do empenho, reservando o recurso.
Gilmar e Arilton
Os pastores evangélicos Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura Correia conquistaram acesso privilegiado ao governo Jair Bolsonaro. Mesmo sem cargo na máquina pública, eles passaram a atuar informalmente e tiveram acesso ao Ministério da Educação (MEC), chefiado pelo reverendo presbiteriano Milton Ribeiro.
Segundo a Folha, os dois também foram privilegiados com verbas bilionárias da pasta, parte delas concentrada no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), controlado pelo Centrão e com forte influência política dos evangélicos.