No Dia Internacional da Mulher, elas celebram avanços, mas também refletem sobre obstáculos a serem superados
Num passado não muito distante, as mulheres eram propriedades do pai ou do marido. Eram coisas, sem direito a voz, voto, estudo e profissão. Tudo isso porque se engravidassem antes do casamento, corriam o risco de se tornarem mães solteiras, condenadas à maledicência da sociedade. Com o advento da pílula anticoncepcional e, mais tarde, do exame de DNA, essa história começou a mudar. Na atualidade, apenas os mais ignorantes ainda reservam para si o preconceito contra elas, que conquistaram respeito, admiração e igualdade em relação aos homens.
Em Anápolis, mulheres como a médica pediatra Carolina Melo Piloni, a oftalmologista Thaís Alves Braga, a advogada Cleire Vieira e a contadora Janainna Cezário representam a força, a resiliência e a capacidade feminina de transformar realidades. No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, elas compartilham suas visões sobre conquistas, desafios e o papel da mulher na sociedade contemporânea.
A data é um momento de reconhecer as vitórias já alcançadas, mas também de reforçar a necessidade de avanços em áreas como igualdade de oportunidades, reconhecimento profissional e, principalmente, combate à violência de gênero. Em Anápolis, essas mulheres mostram que é possível equilibrar carreira, família e vida pessoal, mas destacam que a jornada ainda não acabou.
Visão da sociedade
Para a médica pediatra Carolina Melo Piloni, a sociedade anapolina tem evoluído no reconhecimento do papel da mulher, mas ainda há muito a ser feito. “Hoje, vemos mulheres ocupando posições de liderança, empreendendo e se destacando em diversas áreas. Isso é fruto de muita luta e persistência. No entanto, ainda enfrentamos desafios, como a desigualdade salarial e a dupla jornada de trabalho, que muitas vezes recai sobre nós”, afirma.
Carolina destaca que o Dia da Mulher é um momento de celebração, mas também de reflexão. “Comemoramos as conquistas, mas não podemos esquecer que ainda há mulheres que sofrem com a violência doméstica, o assédio e a falta de oportunidades. Precisamos continuar lutando por um mundo mais justo e igualitário”, completa.
Construção de espaços
A médica oftalmologista Thaís Alves Braga, que também preside a Associação Médica de Anápolis, compartilha sua experiência sobre a presença feminina na medicina. “A medicina, assim como outras profissões, foi historicamente dominada por homens. Mas, ao longo dos anos, as mulheres têm construído seu espaço e mostrado que são tão capazes quanto eles”, diz.
Thaís ressalta que, apesar dos avanços, ainda existem diferenças sutis. “Há uma expectativa maior sobre as mulheres, especialmente quando assumimos cargos de liderança. Precisamos provar nossa competência constantemente. Mas acredito que, com o tempo, essa realidade vai mudar, à medida que mais mulheres ocuparem posições de destaque e quebrarmos esses estereótipos, como tem ocorrido ao longo das últimas gerações”, afirma.
Reconhecimento e igualdade
A advogada Cleire Vieira, presidente da Comissão da Mulher da OAB Anápolis, evidencia a trajetória das mulheres no Direito. “A advocacia era uma profissão predominantemente masculina, mas hoje as mulheres são a maioria no Brasil. Isso é um reflexo da nossa luta por espaço e reconhecimento”, explica.
Cleire salienta que ainda existem, sim, algumas diferenças, mas elas estão cada vez menores. “Acredito que essa mudança acontece porque, com o tempo, a competência das mulheres se tornou inquestionável. Estamos ocupando cargos estratégicos, comandando escritórios. O que realmente faz a diferença é a excelência no serviço prestado, e nisso, estamos demonstrando, dia após dia, que não há barreiras que nos limitem. A mulher pode – e deve – estar onde ela quiser, e com o tempo não precisaremos mais provar nada. Teremos nossa capacidade reconhecida naturalmente”, completa.
Equilíbrio
Já a contadora Janainna Cezário evidencia o equilíbrio entre as responsabilidades domésticas, familiares e profissionais como um desafio diário, mas possível. “A mulher moderna precisa ser multitarefa. Cuidar da casa, da família e ainda se destacar no trabalho não é fácil, mas é algo que fazemos com maestria”, diz.
Janainna ressalta a importância da organização e da disciplina para conciliar todas as áreas da vida. “Priorizo minha família, mas nunca deixo de cumprir minhas responsabilidades profissionais. Acredito que todas as mulheres têm essa capacidade. O segredo está em saber equilibrar e definir prioridades”, afirma.
Futuro de paz e progresso
As histórias de Carolina, Thaís, Cleire e Janainna refletem a realidade das mulheres em Anápolis e no Brasil. Elas mostram que, apesar dos avanços, ainda há muito a ser conquistado. O Dia Internacional da Mulher é um momento para celebrar as vitórias já alcançadas, mas também para reforçar a necessidade de continuar lutando por igualdade, respeito e oportunidades.
Através de seus depoimentos, deixam claro que, para garantirmos um futuro de paz e progresso, é preciso garantir que todas as mulheres, independentemente de sua origem, raça ou classe social, tenham acesso às mesmas oportunidades e sejam tratadas com respeito e dignidade.
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