Cortado por três rodovias federais sob concessão, as BRs-153, 414 e 060, Anápolis busca contornar gargalos históricos
No dia 16 de dezembro de 2015, ou seja, há pouco menos de 10 anos, o Departamento de Infraestrutura de Transporte, o DNITT realizou uma audiência pública em Anápolis, sobre o projeto de adequação da BR-414, no perímetro urbano, para obras de restauração e duplicação no segmento do KM 431,04 ao Km 438,80.
Esse trecho compreende o trevo do Recanto do Sol até a altura do acesso do Presídio Estadual.
Embora pequeno (7,76 km de extensão), esse trecho que dá acesso à Base Aérea e também permite às pessoas chegarem a localidades turísticas, como as cidades de Pirenópolis e Corumbá de Goiás, ainda aguarda a duplicação.
Nesses anos passados em que as obras não saíram do papel, a BR-414 colecionou dezenas e dezenas de acidentes, muitos deles com vítimas fatais.
No dia 30 de agosto de 2019, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizou audiência pública em Anápolis, acerca da outorga de 850,7 Km das rodovias federais BR 153, 414 e 080 (em Goiás e Tocantins).
No dia 1º de outubro de 2021, a ANTT assinou com a Ecovias do Araguaia (empresa integrante do consórcio vencedor da licitação, juntamente com a GLP), o contrato de concessão, na época, com valor estimado em R$ 14 bilhões, sendo R$ 7,8 bilhões previstos para obras e R$ 6,8 bilhões de custos operacionais. O prazo estipulado inicialmente foi de 35 anos.
Parecia uma janela aberta para a obra de duplicação do trecho urbano da BR-414. Entretanto, essa obra não foi elencada como prioritária no contrato e, conforme se divulgou na época, a mesma poderia ser realizada no 24º ano do contrato.
Esse é um capítulo da história. O outro é com relação à concessão de 1.176,5 quilômetros de extensão das rodovias BR-060, 153 e 262 (Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais, cuja assinatura do contrato com a Triunfo Participações e Investimentos (Triunfo Concebra), ocorreu no dia 31 de janeiro de 2014, com previsão de duração de 30 anos. Na época, conforme amplamente divulgado na imprensa, a previsão de investimentos era na casa de R$ 7,15 bilhões. Alguns desses investimentos contemplariam obras no perímetro urbano das rodovias da concessão que cortam Anápolis.
Com muitos problemas no caminho, entretanto, a concessionária sinalizou que deixaria a concessão. Porém, isso não ocorreu e houve um aditivo ao contrato, dando um tempo para a realização de nova licitação, o que não ocorreu. Como, também, não ocorreu a realização de obras que estavam previstas para o município.
E, agora?
Desde o início de sua gestão, o prefeito Márcio Corrêa tem buscado abrir o diálogo com os representantes das concessionárias das rodovias federais que passam pelo município, a fim de mitigar problemas de vias laterais de acesso a bairros, travessias para pedestres, gargalos de trânsito, entre outras questões, inclusive, colocando o município à disposição para realizar algumas intervenções.
Fruto dessas conversas, deu-se a retomada da obra do novo viaduto do Recanto do Sol. Inclusive, há poucos dias, a Prefeitura divulgou no Diário Oficial um decreto para fins de desapropriação de um pequeno trecho pertencente ao Residencial Grand Trianon, necessário para que o projeto seja concluído.
Mais recentemente, o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), Rone Evaldo Barbosa, esteve na superintendência de Infraestrutura e Rodovias da ANTT, em Brasília, a fim de verificar a possibilidade de colocar os investimentos das concessões no radar do órgão, além de buscar viabilizar soluções de caráter emergencial, como a redução de velocidade de 60 para 40 Km/ no trecho de rodovia próximo ao Posto Presidente.
Isso seria uma das medidas e a outra, mais ampla, a revitalização de todo aquele trecho, para garantir mais segurança viária e aos pedestres que usam a via para travessia com frequência. Ali, também, faz-se necessária intervenção para melhor o acesso à Vila São Vicente (Igrejinha).
A companhia também busca desenvolver ações mais rápidas na região do trevo principal do Recanto do Sol, como o alargamento de pista. Além disso, o secretário também apresentou a necessidade de mudança no Trevo Miguel Moreira Braga, o trevo da Havan.
Rone Evaldo observa que os planos de exploração não condizem com a expansão urbana de Anápolis e, dessa forma, a Prefeitura busca caminhos e parcerias para trazer soluções viáveis.
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