O Município de Anápolis será referência no Brasil na produção de energia fotovoltaica, sistema que converte a luz natural, do sol, em energia. O projeto está sendo implantado pela UniEVANGÉLICA dentro do programa de eficiência energética, composto de duas fases: a primeira, a substituição de 10.652 lâmpadas ´comuns´ por lâmpadas de LED, mais modernas e resistentes e, portanto, mais econômicas; a segunda, que consiste na implantação da usina fotovoltaica, que abrangerá uma área de 5.655 metros quadrados no estacionamento da instituição, que se transformará em um espaço coberto por 2,9 mil placas solares.
O programa de eficiência energética, segundo o diretor administrativo da instituição, Lúcio Boggian, começou a ser idealizado em 2011. Mas, à época, exigia investimentos altos e previsão de demora no retorno. No entanto, de lá para cá, o mesmo continuou sob avaliação até que, em 2016, a CELG (então estatal do setor energético de Goiás) lançou um edital de chamamento para financiamento de projetos de fontes renováveis. Foi firmada uma parceria com a empresa Vitalux, especializada no setor, e o projeto apresentado acabou classificado em primeiro lugar na sua categoria. O valor total do investimento é de cerca de R$ 7,4 milhões, sendo mais de 6,5 milhões provenientes do edital e contrapartida de R$ 847 mil.
O convênio para a execução do projeto foi assinado na noite da última terça-feira, 20, no hall do salão nobre da instituição, com a presença de representantes da Enel (nova concessionária de distribuição de energia do Estado), das empresas parceiras: a Vitalux e Anexo Energia e da imprensa.
Produção
De acordo com Marcos Bellorio, da Vitalux, a usina fotovoltaica deverá produzir 1.513 MWh/ano, com perspectiva de economia anual em torno de R$ 1,7 milhão. Ainda, considerando que as placas solares têm garantia de 25 anos, estima-se neste período, uma economia em torno de R$ 19 milhões. Para se ter uma dimensão do projeto, a usina teria capacidade de abastecer a mais de cinco mil casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida. A previsão é de que ela esteja em funcionamento até o fim do ano ou, em janeiro de 2019.
Em relação à troca de lâmpadas, Wister Alves, representante da Anexo Energia, destacou que esta parte do programa de eficiência energética envolve recursos na ordem de R$ 709 mil. O ginásio coberto, inclusive, já conta com novo sistema de iluminação. Ele citou uma série de vantagens dessa troca, destacando o custo/benefício, já que os modelos novos de lâmpadas têm maior resistência e durabilidade; redução de manutenções e, até mesmo, um componente importante de imagem, pois é um projeto agregador na política de responsabilidade socioambiental da instituição.
Inovação
O presidente da Associação Educativa Evangélica e chanceler da UniEVANGÉLICA, Ernei de Oliveira Pina, falando em nome da instituição, ressaltou que o programa de eficiência energética é uma inovação. Além dos benefícios que agrega, como a redução de custo e o uso de fonte de energia limpa e sustentável, a inciativa poderá, também, se tornar uma ´sala de aula´ para pesquisa e para que outras instituições e entidades conheçam o trabalho. ´Esta assinatura de convênio é de alta representação, porque estamos dando um passo para ter aqui o que já acontece lá fora. É um fato importante e histórico´, comemorou.
O Diretor de Relações Institucionais da Enel Distribuição Goiás, Humberto Eustáquio, salientou que o processo do edital de chamamento, iniciado na CELG e, agora, demandado pela Enel, é um processo rigoroso para a contemplação de projetos. Tanto é que, dos R$ 60 milhões previstos, foi usada a metade do valor. Ele lembrou que um comitê de alto nível analisou as propostas e, também, a própria empresa, para efetivamente, valorizar os bons projetos. E, no caso em referência, ela ganha dimensão maior porque será a maior do País em centro urbano. Ele, ainda, destacou que o programa está vinculado ao setor de sustentabilidade da Enel, que desenvolve uma série de projetos sociais nas praças onde atua no Brasil: Goiás, Ceará e Rio de Janeiro.