No início de 1991, através da Lei Municipal nº 1.824/91 o ex-prefeito Anapolino de Faria determinou o tombamento de nove prédios históricos pertencentes ao Município, dentre eles o que abriga o Museu Histórico de Anápolis (MHA) “Alderico Borges de Carvalho”, que através do seu acervo, com cerca de 50 mil peças, contando documentos e fotografias, se dispõe a registrar a história da antiga Santana das Antas, atualmente o principal centro urbano e econômico de Goiás, depois da Capital, Goiânia.
Construído em estilo neocolonial, o imóvel, situado na Rua Coronel Batista nº 323 no centro da Cidade, dispõe de onze espaçosos cômodos onde há, exatos, 41 anos peças antigas, documentos históricos, armaria e etnografia, entre outros que fazem parte do seu patrimônio, estão expostas. A casa pertenceu ao primeiro prefeito do município, àquela época, denominado “Intendente Municipal”, o Coronel José da Silva Batista, ou, “Zeca Batista” que faleceu em 1910. Sua família, entretanto, continuou morando no local até a década de 30, quando o imóvel foi vendido e assim sediou um colégio paroquial, uma rádio telegrafista e serviu de moradia para os primeiros frades franciscanos norte-americanos, que vieram assumir a Igreja de Sant‘Ana. Em 1959, o neto materno do Coronel “Zeca Batista”, Alderico Borges de Carvalho, adquiriu o imóvel com o objetivo de torná-lo um centro de memória de seu avô e do próprio município de Anápolis.
No governo do, então, Prefeito Henrique Santillo, no ano de 1971, foi formada uma comissão organizadora do Museu Histórico, quando o mesmo foi instalado, tendo por coordenador o Professor Jan Magalinski, idealizador do projeto. Também participaram desta comissão organizadora Tauny Mendes, James Fanstone, dentre outras personalidades anapolinas relacionadas à educação e a cultura – Este fato é relatado no livro “E Surge Um Museu”, de autoria de Tauny Mendes, recentemente lançado.
Entretanto, somente no dia 26 de julho de 1975 o Museu foi aberto, em definitivo, à comunidade, na gestão do então prefeito Jamel Cecílio. Jan Magalinski tornou-se o primeiro diretor do MHA que, desde então, passou a contribuir com o resgate da memória local, sendo um espaço de investigação, interpretação e mapeamento da documentação e preservação cultural. De sua administração até então, nove historiadores ocuparam o cargo de direção. A direção do MHA, desde abril de 2009, está sob a responsabilidade do Mestre em Gestão do Patrimônio Cultural e Especialista em História Local, Tiziano Mamede Chiarotti.
Nove funcionários, dentre historiadores, vigias e auxiliares em serviços gerais compõe o quadro atual que zela e recebe os visitantes, que somam, em média, 900 pessoas por mês. São estudantes, pesquisadores e turistas. De acordo com Tiziano Mamede esse considerável interesse se deve há uma parceria entre o MHA e a Prefeitura de Anápolis através da Secretaria de Educação com o City Tour que disponibiliza um ônibus, uma vez por semana, para estudantes da Cidade. “Através da Secretaria de Educação os estudantes participam do chamado ‘Passeio Cultural‘, um programa de turismo local, quando são visitados os patrimônios tombados na Cidade, começando pelo Museu.”, explica.
No que se refere ao seu acervo, o MHA tem salas que retratam temas determinados. Estes são trocados anualmente por outras peças que são guardadas numa reserva técnica, como a sala da medicina onde está exposta as primeira mesa cirúrgica de Anápolis (fabricada artesanalmente pelo médico e missionário James Fanstone); instrumentos cirúrgicos, diplomas dos primeiros médicos, entre outras peças. Há, também, sala com a temática voltada para a religiosidade; sala de artefatos referentes ao cotidiano como peças de cozinha; tecelagem; televisores; rádios, telefones, seção de fotografias antigas ou acervo iconográfico. São mais de oito mil fotos, jornais diários e semanários que circularam na Cidade, desde 1929 até os dias atuais; documentos escritos tais como leis, documentos cartorários e bibliografia sobre Anápolis e outros objetos que retratam a história do Município e região. Ao todo o acervo total do MHA tem aproximadamente 50 mil peças.
As peças de geologia, madeiras, pedras, animais empalhados e outras desse segmento foram doadas pelo Museu ao Parque Ipiranga que fará um memorial do meio ambiente. Outras peças como máquinas fotográficas, instrumentos musicais e outros estão guardados na antiga estação ferroviária, na Praça Americano do Brasil, onde futuramente pretende-se abrir o Museu da imagem e do som.
Grande parte do acervo foi doada pela própria população que, ao invés de se desfazer dos objetos antigos, os levaram para o Museu, que ainda recebe peças, da década de 70 para as décadas anteriores, contanto que haja alguma relevância ou exclusividade destas dentro do contexto histórico anapolino.
Outra característica atual do MHA é que todo seu acervo fotográfico está sendo digitalizado, o que facilita os trabalhos dos estudantes e pesquisadores que visitarem o local, pois todos podem ter acesso às fotos.
Durante a última gestão do ex-prefeito Adhemar Santillo, o Museu Histórico de Anápolis teve seu nome alterado, passando a ser denominado como Museu Histórico de Anápolis “Alderico Borges de Carvalho”, em homenagem ao seu doador que, em 1985, passou para a Prefeitura a escritura definitiva do imóvel.
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