Nas últimas décadas, o perfil dos jovens adultos mudou. Nos anos 1990, o casamento marcava a transição para a vida adulta. Atualmente, muitos priorizam a carreira, viagens e experiências pessoais. Como reflexo, 25% dos jovens ainda moram com os pais, contra 20% há 12 anos.
Por Vander Lúcio Barbosa
O fenômeno, chamado de “geração canguru”, é mais comum entre os homens (60,2%). Permanecer no lar familiar oferece conforto e segurança, justificado por estudos ou preparação para o futuro. Esse comportamento é visto como aceitável em muitos casos.
O problema surge quando jovens transformam a casa dos pais em um “hotel de luxo”. Muitos não ajudam financeiramente nem assumem responsabilidades, sobrecarregando emocional e economicamente os pais. Essa dependência prolongada pode levar a desequilíbrios na convivência familiar.
Esse comportamento ocorre apenas em famílias com boas condições financeiras. Nas periferias, o problema também é evidente e responsável por desgastes e conflitos. Jovens frequentemente se aproveitam de recursos como alimentos e veículos sem contribuir. Em alguns casos, levam parceiros para morar sob o mesmo teto, dificultando ainda mais a situação.
A convivência prolongada tem gerado um aumento de desentendimentos e desgastes. Muitos pais sentem que sua generosidade é explorada, o que traz impactos emocionais negativos. Não existem ainda estudos conclusivos sobre os efeitos dessa dependência no futuro das famílias e das gerações.
Embora existam casos em que a convivência é positiva, o cenário geral reforça a escassez de harmonia nos lares. Resta acompanhar o fenômeno para entender se será considerado um passo natural na transição para a vida adulta ou um sinal de dificuldades estruturais na sociedade moderna.




