Chegará o dia em que os governantes deste País se conscientizarão de que é necessária a introdução de disciplinas indispensáveis à cidadania, já nos primeiros anos escolares. A principal delas, com certeza, é Legislação de Trânsito. A atual geração, com todo o respeito que merece, já está perdida. O trânsito nacional é uma verdadeira bagunça e não há fiscalização, não há policiamento, não há campanha que dê jeito. Nossos motoristas, além de imprudentes e irresponsáveis, são muito folgados. Não respeitam as leis de trânsito. Eles carregam isso dentro de si desde muito cedo.
Começa com a irresponsabilidade dos pais que entregam as chaves dos carros (e das motos) para os filhos – e filhas – inabilitados, como se fossem eles os donos da cidade. Na sequência das aberrações, têm os que dirigem sob o efeito do álcool, tem os que dirigem sem a carteira de habilitação, têm os que abusam da velocidade, os que estacionam sobre as calçadas e canteiros, nas vagas dos idosos e deficientes e, por aí, vai. Existem exceções, é claro. Mas, não são muitas. Dificilmente vai se encontrar um motorista brasileiro que cumpre a lei à risca. Então, a esperança é a infância, é apostar que os meninos e meninas de hoje, sejam ensinados, desde cedo, sobre noções de trânsito, sobre responsabilidade civil, sobre direitos e deveres.
Em segundo lugar, mas, não menos importante, está a Educação Financeira. Nós, salvo uma insignificante porcentagem da população, não sabemos cuidar do nosso dinheiro da maneira correta. Por isso é que o Brasil mantém um dos recordes mundiais de inadimplência. Hoje em dia, mais de 60 por cento dos cidadãos estão devendo alguma coisa e, desses, mais de 80 por cento não sabem como conseguirão pagar. Esquecemo-nos dos ensinamentos dos nossos avós, do tempo do porquinho de barro cheio de moedas, do tempo de pechinchar, do tempo de fazer render o salário.
Pais que fazem extravagâncias financeiras e monetárias só para agradarem a filhos mimados. E, depois, ficam atolados no cheque especial e no cartão de crédito. Gente que compra mais do que precisa e mais do que pode pagar. Somos a nação do desperdício, um povo que não liga para o troco, que não pede menos, que não anda mais alguns metros em busca de um preço melhor.
E, o que dizer da Educação Ambiental, para tentarmos salvar o que ainda resta de bom no Planeta Terra? Nossas reservas florestais se encolhem sistemática e avassaladoramente. Nossos cursos d’água, nossas nascentes sucumbem-se com o crescimento desenfreado dos projetos urbanísticos. Nossa fauna e nossa flora estão, cada vez mais, diminuindo a quantidade de espécies e espécimes. Precisamos, urgentemente, ensinar, às crianças, o valor da terra, do ar, da água e do fogo. São os quatro elementos da natureza. Os adultos de hoje, infelizmente, não fazem o dever de casa.