É de Soren Kierkegaard a seguinte afirmação: “Uma vida sem análise não é uma vida digna de ser vivida.” De fato, grande parte do aprendizado duradouro que temos acontece quando olhamos sinceramente para nossa história de sucessos e fracassos, e forma ainda mais significativa, quando consideramos as experiências negativas. Ë importante reconhecer que nem todo fracasso é fracasso; nem todo sucesso é sucesso. Aprender a transformar algo negativo em uma oportunidade de crescimento é um dos grandes desafios da vida.
Aprender com fracassos, nos leva a considerar que ao invés de olhar para um resultado ruim como um ponto final, precisamos vê-lo como um ponto de partida para o futuro. Isto fomenta a resiliência e nos ajuda a adotar uma atitude que nos leva a recuperação mais rápida de reveses. Em vez de ficamos paralisadas pelo medo ou pela tristeza, aprendemos a perguntar: “O que eu posso tirar disso?” e “como fazer melhor na próxima vez?” Nos sentimos mais livres para explorar novas ideias e caminhos e assim encontramos um enorme poder de entender que a vida não é apenas sobre o resultado final. O verdadeiro valor está na experiência, na trajetória, no esforço e nas lições adquiridas ao longo do caminho, não apenas no sucesso ou na vitória.
Apesar de ser positiva, entretanto, esta frase pode ser perigosa se usada para negar a realidade. Chamar tudo de “aprendizado” pode, em alguns casos, se tornar uma forma de fuga. Passamos a negar o fracasso e encontramos dificuldade em lidar honestamente com a dor, a perda e as consequências doloridas. Se usarmos a frase para pular a etapa de sentir e processar a tristeza ou a frustração, podemos não aprender a lidar com emoções difíceis de forma saudável.
Se nunca reconhecemos o fracasso, podemos ainda correr o risco de nos tornarmos arrogantes. Quando temos humildade em admitir que falhamos isto nos permite ouvir o feedback dos outros, mudar de rota e crescer de forma genuína. O ideal, portanto, é encontrar o equilíbrio necessário. Talvez o melhor seja admitir que tivemos um fracasso, e a partir dele, houve significativo aprendizado. Esta frase é uma ferramenta para a resiliência, mas não uma desculpa para a irresponsabilidade. Quando usada com humildade e realismo, ela nos capacita a enfrentar a vida com coragem, sabendo que cada queda é, de fato, um passo para frente.
O livro de Provérbios afirma: “Pois ainda que o justo caia sete vezes, tornará a erguer-se, mas os ímpios são arrastados pela calamidade.” (Pv 24.16) Que grande promessa e encorajamento. “Cair sete vezes” é uma linguagem poética que significa falhar repetidamente, enfrentar inúmeros reveses ou cometer muitos erros. Não se trata de uma queda moral definitiva, mas das quedas inevitáveis que fazem parte da vida. A capacidade de “tornar a erguer-se” não vem da sua própria força de vontade ou de sua moral superior. Vem da graça e da fidelidade de Deus. Ele se levanta porque sua identidade não está no fracasso, a queda não o define. Além do mais, ele tem um alicerce sólido: A fé em Deus e a dependência de sua providência servem como âncora que o impede de ser arrastado pela tempestade, mas acima de tudo ele aprende que a graça de Deus é maior que os erros. É bom saber que Deus sempre nos renova com seu perdão, restaurando-nos e nos capacitando a recomeçar.
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