Em reunião na última quinta-feira, 2, a CPI que investiga a possível ligação de autoridades goianas com a contravenção e ainda a atuação das empresas Delta e Gerplan no Estado tomou depoimento de uma testemunha e rejeitou requerimentos para que fossem intimados novos nomes. Os deputados-membros da Comissão também deliberaram sobre a quebra de sigilo de um vereador de Catalão.
A oitiva de Ozenir Pereira Soares, que foi testemunha em atentado ocorrido contra a casa do ex-senador Demóstenes Torres, em 2004, não ocorreu porque ela não compareceu para depor. A CPI rejeitou requerimentos de autoria de Mauro Rubem (PT) e Daniel Vilela (PMDB), para que fossem intimados a prestar depoimento os empresários Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, e o ex-secretário da Fazenda, Jalles Fontoura. Foi aprovado requerimento dos deputados Talles Barreto (PTB) e Tulio Isac (PSDB) para a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do vereador de Catalão, Gilmar Antônio Neto (PMDB).
O deputado Tulio Isac apresentou requerimento solicitando que sejam quebrados os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Sodino Vieira de Carvalho, coordenador de campanha de Iris Rezende (PMDB) nas eleições para o governo do Estado, em 2010. Tulio cita matéria publicada na imprensa, na qual se denuncia que Sodino teria recebido R$ 2 milhões de Carlos Cachoeira. Segundo o deputado, a transferência do dinheiro para a conta do coordenador de campanha faria parte de esquema de lavagem de dinheiro, montado pelo grupo do contraventor. A proposta será votada na próxima reunião da CPI, no dia 7.
Depoimento
Ouvido na reunião desta quinta-feira, 2, o tenente-coronel Deovandir Frazão de Morais, em suas considerações iniciais, informou que nunca recebeu uma punição em seus 32 anos de Polícia Militar. Ele disse que esteve pouco mais de quatro meses no comando da regional de Águas Lindas e que não conhece ninguém do grupo de Carlos Cachoeira.
O tenente-coronel afirmou acreditar que seu nome tenha sido citado em grampos realizados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo pelo cargo que ocupava em Águas Lindas. “Qualquer um que estivesse nesse cargo teria seu nome citado em conversas do grupo, que atua fortemente na região”, comentou Frazão.
Ele esclareceu também que não tinha conhecimento das atividades de Carlos Cachoeira, que não conhecia o empresário e nem Lenine, um dos principais funcionários do contraventor, e que a prioridade de seu trabalho era reduzir o índice de violência e de homicídios na regional. Deovandir Frazão afirmou que tinha pouco contato com o prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias, e que nunca recebeu ordens para atuar ou deixar de atuar na questão dos jogos ilegais.