Quem pode, pode… Um empresário da construção civil, que mora em São Paulo, gastou nada menos que meio milhão de reais e levou a família para tomar a vacina contra a covid-19 nos Estados Unidos. O valor da jornada dos sete adultos e duas crianças – que incluiu 15 dias no México para cumprir quarentena imposta pelas autoridades americanas – seria o suficiente para comprar 45 mil doses de CoronaVac, o imunizante mais usado no Brasil até agora.
Ao comentar o caso ele disse que não quer confusão para o seu lado, pois, já tem cinco stents no coração. O homem, cujo nome não foi divulgado, é dono de incorporadoras e imobiliárias com capital social declarado de mais de 10 milhões de reais e tem 60 anos. Ele, a mulher, de 57, as três filhas do casal, com idades entre 24 e 35 anos de idade, e dois genros embarcaram para o México em meados de abril, pouco antes de o país bater a marca de 400 mil mortos na pandemia.
Mas, quem pensa que este seja um caso isolado, está, redondamente, enganado. São inúmeros os registros de brasileiros (e brasileiras) que têm tomado o avião para se imunizarem contra a covid-19 em várias partes do mundo, inclusive nos Emirados Árabes. Já existem, inclusive, agências de viagens com pacotes específicos para este tipo de “turismo vacinal”. É como dizia Aristóteles (filósofo grego 384-a.c.): “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”.