Sanatório em crise
Asfixiado financeiramente o Hospital Espírita de Psiquiatria tem data definida para encerramento de suas atividades: dois de janeiro. A advertência é do diretor administrativo e financeiro da instituição, Cauby Moreira Pinheiro, que enumerou as dificuldades dos últimos anos, em grande parte proporcionadas pela defasagem na tabela de procedimentos do SUS. Os valores pagos, insuficientes para cobertura da assistência oferecida, empurraram o sanatório à falência. Hoje o déficit mensal chega a R$ 150 mil.
Danos insanáveis
Para levar adiante a assistência aos portadores de transtornos mentais, a diretoria do Hospital Espírita de Psiquiatria vendeu terrenos na esperança de superar a crise. O patrimônio do hospital foi desfeito e o buraco financeiro continuou crescendo, apesar das contribuições do Governo do Estado e Prefeitura de Anápolis. A situação financeira de agora é insustentável. A direção cuida para encaminhar os 41 internos que vivem na chácara da instituição e que foram abandonados pelas famílias. Outro dilema: onde continuar o tratamento de aproximadamente 350 pessoas recolhidas nos seus leitos.
Desequilíbrio processual
O advogado Ronivan Peixoto, do alto de sua experiência de integrante do Ministério Público e Procuradoria do Estado, está preocupado com o que ele qualifica de desequilíbrio no processo judicial que dá seqüência à Operação La Plata. “Todos os pleitos do Ministério Público estão sendo atendidos pelo Judiciário, provocando indiscutível desvantagem aos denunciados”, reclamou em entrevista à Manchester.
Seqüência…
Da forma como o processo caminha, o advogado Ronivan Peixoto se preocupa com a possibilidade de condenação dos réus, pois as alegações da defesa estão sendo desconsideradas.
Remédio vira cimento
A explicação é do presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de Goiás, Marçal Henrique Soares: as indústrias do setor estão realizando uma campanha para recolhimento de medicamentos com prazo de validade vencido ou que foram apenas parcialmente consumidos. As cartelas e mesmo fracos com líquidos são levados para incineração em fornos de uma fábrica de cimento de Cezarina. A cinza resultante da queima é agregada ao produto final e vira cimento.
Menos poluição
Todos ganham com a operação, especialmente o meio ambiente. Marçal Henrique Soares explica que é freqüente o descarte de remédios nas redes de esgoto, causando poluição ambiental. O hábito de estocar remédios em casa é motivo de muitos incidentes de intoxicação em crianças ou mesmo adultos que os utilizam indevidamente.
Pobres prefeituras
Dezenas de prefeituras em Goiás estão impossibilitadas de fechar suas contas e de atender o que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal. O presidente da Associação Goiana de Municípios, Luiz Antônio Milhomem Stival, disse à Manchester que responsabilidades financeiras serão sendo transferidas dos governos estadual e federal para os municípios. Como exemplo citou as despesas com o transporte escolar, o piso nacional dos professores, aluguéis para órgãos estaduais e até investimentos na área de segurança pública. Sem uma redistribuição justa da arrecadação de tributos, a tendência é de agravamento da crise que afeta os municípios.
Crime ou inocência?
Aparentemente a dona de casa Cristiane Ferreira Dias, 22 anos, foi vítima da maldade de alguém enquanto aguardava na fila do presídio para visitar um parente. Abordada por uma senhora que se dizia muito apressada, Cristiane aceitou a gorjeta de 15 reais para entrar com um pão de sanduíche e entregá-lo a um detento. Na revista os agentes carcerários descobriram que o pão estava recheado com pedras de crack e maconha. Cristiane foi autuada em flagrante e está presa. A coitada jura inocência.
Força policial
A segurança em Anápolis foi tema de debate na Manchester, esta semana, com a participação do delegado Álvaro Cássio e do coronel Rubens Maia, subcomandante do terceiro comando regional da Polícia Militar. Eles disseram que suas instituições estão trabalhando como nunca no combate a criminalidade, mas acham seus comandados estão enxugando gelo. É desestimulante o prende-solta que não tem fim. Alguns dos delinqüentes que perturbam a paz em Anápolis têm dezenas de passagens pela polícia, e são libertados beneficiados pelas brechas das leis.
Números vistosos
Rubens Maia e Álvaro Cássio apresentaram números vistosos para mostrar que a atividade policial é intensa em Anápolis. A eles: inquéritos remetidos ao Judiciário (1.400), tco`s remetidos (1.364), prisões em flagrante (890), boletins de ocorrências registrados (12.000). Os números aqui relatados se referem ao período de janeiro a novembro de 2012 e estão subdimensionados em razão das sucessivas greves de agentes e de delegados da Polícia Civil.
Ainda a segurança
Na virada do feriado de Natal foram lavrados sete autos de prisão em flagrante pela Polícia Civil em Anápolis. Todo o serviço foi executado por apenas dois escrivães que, pressionados a dar prioridade aos flagrantes, dispensaram ocorrências de menor importância, em indiscutível prejuízo para a população.
Dose dupla
A programação de posse do prefeito Antônio Roberto, em primeiro de janeiro, traz novidades em relação aos outros anos. A parte formal, a cargo da Câmara Municipal, (como sempre), acontece de manhã. O roteiro festivo, com a participação de autoridades, familiares dos eleitos e líderes políticos, foi transferido para a noite, no Teatro Municipal.
Municipalização, não!
Chefe de gabinete e um dos auxiliares de maior influência na equipe do prefeito Antônio Roberto, o advogado Céser Donizete, confrontado com a insatisfação das pessoas com a constante falta de água, foi enfático: municipalização dos serviços de água e esgoto, não! Esse assunto foi discutido na Era Ernani de Paula com a pirotecnia típica da época, mas não avançou um milímetro devido sua inviabilidade. Céser Donizete enfatiza que a Saneago tem técnicos e o aparato necessário ao atendimento da população e que o prefeito cobra sistematicamente a realização de investimentos para melhor qualidade dos serviços.
Apagões assustam
Nos últimos dois meses Anápolis e região ficaram às escuras inúmeras vezes em razão da sucessão de apagões. O engenheiro elétrico Wesley Flávio de Lima, do quadro de técnicos da Celg, tranqüilizou a população. À Manchester, ele disse que a empresa tem um calendário de manutenção e que o roteiro vem sendo executado conforme o planejamento inicial. Nesta época do ano, devido as fortes chuvas, ocorrem interrupções no fornecimento de energia em razão das descargas atmosféricas que atingem os equipamentos das estações alimentadoras. Tudo dentro da normalidade!