A área das doenças neurodegenerativas se destaca como um dos campos mais pesquisados na ciência contemporânea. Com o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida, espera-se que um número crescente de pessoas enfrente demência no futuro. Contudo, os tratamentos disponíveis para essas condições ainda são limitados.
Recentemente, um time internacional de pesquisadores fez um avanço significativo no desenvolvimento de uma nova droga que pode beneficiar pacientes com Alzheimer. Eles descobriram uma substância chamada RI-AG03, que consegue inibir a aglomeração das proteínas tau no cérebro e, assim, contribui para a diminuição da degeneração dos neurônios.
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A Importância da Proteína Tau
Embora a relação entre o acúmulo de proteínas tau e o Alzheimer ainda não esteja totalmente clara, os cientistas consideram a proteína crucial na luta contra o desenvolvimento da doença. Quando não está aglomerada, a tau ajuda a manter a estabilidade dos neurônios, mostrando que nem sempre sua presença é negativa.
De acordo com os pesquisadores, a RI-AG03 atua em duas regiões da proteína tau simultaneamente, o que impede que as proteínas se agreguem. Em testes realizados em moscas da fruta e em células humanas, o uso desse bloqueador aumentou a expectativa de vida dos insetos em 35%.
Potencial Transformador e Próximos Passos
O neurocientista Amritpal Mudher, da University of Southampton, enfatizou a importância do estudo ao afirmar: “Pela primeira vez, temos uma droga efetiva em inibir essas duas regiões. Esse mecanismo é significativo e pode, potencialmente, abrir caminho para tratamentos mais efetivos para doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.” O estudo foi publicado na última quinta-feira (3/10) na revista científica Alzheimer’s & Dementia.
Os cientistas desenvolveram a RI-AG03 utilizando técnicas de biologia computacional, o que significa que seu alvo é exclusivamente a proteína tau, sem afetar outras proteínas do cérebro. Portanto, essa especificidade representa uma nova esperança para o desenvolvimento de medicamentos contra o Alzheimer. Além disso, os pesquisadores planejam agora testar a droga em ratos e, se os resultados forem positivos, seguir para investigações sobre seu funcionamento no cérebro humano.
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