Pesquisa nacional mostra que, desde 2007, o hábito de leitura entre brasileiros diminui e escolas perdem espaço.
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2024 revelou um dado alarmante: 53% da população brasileira não tem o hábito de ler. É a primeira vez, desde 2007, que o número de não-leitores supera o de leitores. Além disso, o estudo indica que o ambiente escolar perdeu força como principal espaço de leitura. Em 2007, 35% dos entrevistados afirmavam ler principalmente na escola; em 2024, apenas 19% mantêm esse hábito no ambiente escolar.
Impacto emocional
Pesquisas recentes apontam que a leitura desde a infância influencia diretamente o desenvolvimento cognitivo e socioemocional. Um estudo de 2023 destaca que a literatura infantil ajuda a formar crianças mais empáticas e emocionalmente equilibradas. A Fundação Itaú reforça que o contato frequente com livros amplia a linguagem, melhora a comunicação e estimula o pensamento crítico. Assim, a ausência de leitura constante pode gerar adultos menos empáticos e menos preparados para compreender diferentes perspectivas.

Papel da escola e da família
Para reverter o quadro, especialistas recomendam uma ação conjunta entre escolas e famílias. Em casa, deixar livros acessíveis e conversar sobre histórias lidas são práticas eficazes. No ambiente escolar, é essencial integrar a leitura às disciplinas, criar clubes literários e promover projetos de leitura contínuos. O relatório do Itaú Social mostra que, embora a maioria das creches possua livros, poucas oferecem acesso livre ou leitura mediada — etapa essencial para o desenvolvimento infantil.
O poder da leitura
Mais do que um hábito, ler é um instrumento de transformação individual e social. A leitura amplia horizontes, estimula a empatia e fortalece o senso crítico. Em uma era dominada por telas, recuperar o gosto pelos livros é um desafio que exige esforço coletivo — e que pode definir o futuro intelectual e emocional das próximas gerações.