Claudius Brito
Segundo levantamento realizado pela Associação Nacional dos Registros Naturais (Arpen-Brasil), com base nos registros de nascimentos efetivados nos 7.651 cartórios de Registro Civil do País foram contabilizados, em janeiro deste ano, 207.901 nascimentos, número 15,1% menor que o registrado em janeiro de 2020, que foi de 244.974 anotações. Esses dados apontam que a pandemia não só tem deixado um rastro de mortes entre a população brasileira, como também, pode causar impactos futuros, atingindo as taxas de natalidade.
Janeiro é referência pelo fato de ser o primeiro mês após o período normal de gestação, desde a chegada da COVID-19 no Brasil, em que os casais optaram por ter, ou não, filhos, já com a crise sanitária instalada no País.
Conforme levantamento feito pelo Jornal CONTEXTO junto ao Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org), a situação em Goiás e, especificamente, em Anápolis, não difere do quadro nacional. No Estado, em janeiro de 2020 foram 7.070 registros de nascimentos, em janeiro do ano passado, esse número caiu para 6.201, ou seja, uma redução de 12,16%.
Em Anápolis, a redução ficou acima do percentual atingido no Brasil e em Goiás. O Município teve 551 registros de nascimentos em janeiro de 2020. Em janeiro do ano passado, foram 642. Uma redução de 15,61%.
Em Quirinópolis, a diferença ficou menor em 68,34%. Foram 139 registros de nascimento em 2020 e apenas 44 em janeiro de 2021. Em Mineiros, foram 105 nascimentos em janeiro de 2020. Já em janeiro de 2021, o número caiu para 79, uma redução de 24,76%.
Indicadores altos de queda também foram registrados em Catalão (20,94%) e em Senador Canedo (20,78%).

Oposto
Em direção oposta, no Município de Luziânia, foram 75 nascimentos em janeiro de 2020 e, no ano seguinte, no mesmo mês, 104 registros, ou seja, um aumento de 38,66%. Aparecida de Goiânia, também, ficou na contramão, porém, com um indicador bem menor. Foram 605 registros em janeiro de 2020, passando a 642, em janeiro de 2021, alta de 6,11%.
Brasil
No total, 26 das 27 unidades federativas brasileiras registraram redução no número de nascimentos no mês de janeiro de 2021, em relação ao ano de 2020. No topo da lista com as maiores reduções estão Maranhão (-26%), Amazonas (-23,9%), Roraima (-23,1%), Piauí (-21,3%) e Mato Grosso (-20,8%).
Estados
Os estados brasileiros onde houve maior número de registros de nascimentos, em janeiro de 2021, foram: São Paulo (45.375); Rio de Janeiro (15.267); Minas Gerais (19.457); Paraná (12.259) e Rio Grande do Sul (10.684).
Em Goiás, os municípios que registraram maior número de nascimentos em janeiro de 2021, foram: Goiânia (1.778); Aparecida de Goiânia (642); Anápolis (465); Rio Verde (285); Senador Canedo (122); Trindade (119); Catalão (117); Caldas Novas (109); Formosa (108) e Luziânia (104).
Análise
De acordo com a Arpen-Brasil, o número de nascimentos registrados em 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de, até, 15 dias entre o nascimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para a comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.
Fundada em setembro de 1993, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) representa a classe dos Oficiais de Registro Civil de todo o País, que atendem a população em todos os estados brasileiros, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, o casamento e o óbito.
