Até o fechamento da edição, nesta quinta-feira, 05/11, 103 pessoas haviam morrido em consequência de acidentes de trânsito em Anápolis. Com 310 dias já passados no calendário, esse número corresponde a aproximadamente uma morte a cada três dias. Tragédias, portanto, que se repetem a uma velocidade assustadora.
Os 103 óbitos registrados em acidentes de trânsito este ano são um recorde no Município, segundo informou o delegado Manoel Vanderic, titular da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), em entrevista à Rádio Manchester. Boa parte dos óbitos dessa triste estatística é associada a acidentes envolvendo motoristas embriagados. Quando não tiraram a própria vida, esses motoristas tiraram a vida de outras pessoas, provocando perdas irreparáveis para as famílias e para a sociedade.
Além do que, segundo o delegado Manoel Vanderic, para cada acidente com vítima, há pelo menos uma pessoa lesionada, algumas delas, com sequelas graves. No Brasil, uma das principais causas de invalidez permanente são os acidentes de trânsito. Ou seja, milhares e milhares de pessoas que faziam parte da força de trabalho do País e ficam na dependência do recebimento de pensão por parte do estado brasileiro. Sem contar que o gasto com acidentados no trânsito consome cifras milionárias. Ou, bilionárias. No ano passado, um levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina apontou que, em 10 anos, os acidentes deixaram mais de 1,6 milhão de feridos e o custeio de tratamento dos mesmos para o SUS, ficou na casa de R$ 3 bilhões. Mas não há nada ou números que se possa comparar com uma vida ceifada.

Bafômetro
Por isso, a DICT vem realizando semanalmente blitzen para retirar das ruas pessoas que bebem, consomem drogas e depois pegam o carro, tornando-a uma arma de alto potencial letal.
Alguns motorista – quando são abordados pela DICT ou nas blitzen da Polícia Militar, que também faz este trabalho – negam-se a soprar o bafômetro. Mas, de acordo com o delegado Manoel Vanderic, o equipamento não é o único meio de prova que pode incriminar um motorista bêbado. Conforme diz, o bafômetro pode até ajudar, caso, ao soprar o dispositivo, o nível de álcool expelido esteja abaixo da tolerância criminal.
Mas, recusando a soprar o bafômetro, o motorista incorre em uma multa de cerca de R$ 3 mil. Sem prejuízo a outras sanções. Se tiver abaixo da tolerância criminal, cabe ao delegado arbitrar a fiança, que varia de 1 a 100 salários mínimos. Se o condutor tiver acima da tolerância, vai para a prisão e ai cabe ao juiz decidir a penalidade a ser aplicada.
Hoje, de acordo com Manoel Vanderic, a imprensa e a população de uma maneira em geral, aprovam o trabalho realizado pela DICT e pela PM, no sentido de coibir a embriaguez ao volante. Sem essa ação que, diga-se de passagem, tem demonstrado bons resultados, os números frios das estatísticas poderiam ser ainda piores e mais tragédias estariam adentrando nos lares dos anapolinos. Com toda dificuldade, o trabalho continua. E a sociedade agradece!