O Brasil e o mundo assistem estarrecido, o desenrolar da operação policial no Rio de Janeiro, nos complexos do Alemão e da Penha, que oficialmente, ontem (28/10), tinha o registro de 64 mortos.
Hoje (29), no complexo da Penha, conforme amplamente divulgado na imprensa, ao menos 50 corpos foram estendidos no chão. Esses não fazem parte da contabilidade oficial.
Portanto, mais de 100 mortes, na mais letal operação policial do Rio de Janeiro, cujo alvo foi uma disputa de território de traficantes.
Os números, ainda parciais, podem se comparar a uma verdadeira guerra. E não é de hoje que ela ocorre, deixando em meio ao fogo cruzado milhares e milhares de pessoas inocentes que vivem em comunidades de favelas no Rio de Janeiro.
No epicentro dessa guerra há uma outra, que é a batalha política travada entre autoridades dos governos do RJ e o Federal e que, infelizmente, ocorre em um momento inoportuno, quando as atenções deveriam estar voltadas a solucionar o problema na região do conflito e, sobretudo, garantir o apoio para as famílias. Inclusive, apoio psicológico, porque essa guerra traz medos, angústias, sofrimentos.
E, paralelamente, é hora de as autoridades políticas do país se mobilizarem em torno de um plano de segurança pública que produza efeito mais imediato para combater e frear o crescimento do crime organizado.
Aliás, o que deveria ser organizado são os aparelhos de Estado de prevenção e controle à criminalidade, e não o crime.
As imagens que estão correndo o mundo da guerra no Rio de Janeiro acontece quase às vésperas da 30ª Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes, popularmente chamada de COP 30, evento que busca dar protagonismo ao Brasil em soluções para o futuro do planeta.
Mas que futuro é esse, se não temos aqui, dentro de casa, a paz necessária para construir nosso próprio futuro?
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