Quanto tempo você consegue ficar sem celular? Se você é uma daquelas pessoas que consegue sobreviver sem celular, você pode se considerar uma exceção porque esses dispositivos já fazem parte da vida da maioria das pessoas.
Com o celular você tem acesso, literalmente, ao mundo inteiro. Você não precisa mais andar com carteira de motorista, documentos, nem cartão de crédito.
Basta baixar os aplicativos e tudo estará ao seu alcance. O celular também oferece distração e entretenimento. Em muitos casos, é uma ferramenta de trabalho.
Atualmente, milhões de pessoas dependem do celular não apenas para se comunicar, mas para sobreviver. O aparelho se tornou uma ferramenta de trabalho indispensável em muitos ambientes profissionais.
Numa pesquisa recente, 31.43% dos 28 mil 466 entrevistados afirmaram que não conseguiriam ficar muito tempo longe de seus smartphones. 10.5% consideraram impossível ficar mais de seis horas longe de seus aparelhos e 3.16% disseram que não suportariam ficar sem celular por mais de 30 minutos.
Estudos apontam para a dependência psicológica desta tecnologia. Se não pudessem mais usar o celular, muitos sofreriam uma espécie de “crise de abstinência”. Alguns adolescentes chegam a afirmar que preferem morrer a ficar sem usar o celular.
Em muitas famílias, as férias tornaram-se um desafio porque as crianças não querem ir mais para a fazenda se não houver lá um bom sinal de internet. Fazendeiros também já entenderam que, se quiserem funcionários para trabalhar na terra, terão de dar acesso aos celulares já que a maioria não aceitará a proposta de trabalho sem Internet. Ainda que a proposta de trabalho seja atraente.
Em um relatório publicado pelo App Annie, a média global de uso diário de celular foi de quatro horas e 48 minutos. Trata-se de uma dependência que traz graves riscos colaterais.
A Geração Z – de nativos digitais nascidos de 2000 para cá – é a primeira que não conheceu uma sociedade em acesso virtual. Ela sido chamada de geração de zumbis e é composta por pessoas menos educadas, mais deprimidas e com estilo de vida solitário. São também hiper conectados tecnologicamente, mas distanciados de seus familiares, igrejas e comunidades.
Também vale lembrar que a depressão aumentou 63% entre os adolescentes, um incremento atribuído ao isolamento social. As famílias estão mais distanciadas psicologicamente e muitas vezes, mesmo estando juntas, não conseguem conversar.
Uma vez sentados à mesa, se as famílias não estabelecerem limites de uso dos aparelhos eletrônicos, tanto adolescentes quanto adultos não se desligarão dos celulares. Com isso, serão incapazes de terem uma conversa simples e rotineira.
Outro dado considerável diz respeito ao índice de suicídios, que teve um incremento de 56% entre 2007 e 2017. O suicídio se tornou a segunda causa de morte entre os jovens.
Uma sugestão simples: estabeleça horários do dia no qual você não acessará o celular. Tenho feito isso com alguma frequência e o resultado tem sido positivo.
Crie períodos do dia nos quais você, intencionalmente, não vai acessar aplicativos nem mesmo checar os sinais do instagram, facebook ou whats app. Isso pode reorientar o uso do seu tempo, além de lhe trazer descanso.
São ações simples, mas que podem ajudá-lo tremendamente. Você pode até não acreditar, mas é possível viver bons períodos sem acessar o celular.