Cada um tem seu lugar, função e utilidade, proporcionando o máximo de rendimento
No mundo do empreendedorismo, o conceito de inovação pode ser simplificado como uma mudança no processo de transformação de recursos (materiais, informações, mão de obra, etc) em produtos ou serviços de maior valor. Mas essa inovação pode ser percebida de três maneiras. A possibilidade de implementarmos três tipos de inovação nos dá diferentes perspectivas para enxergarmos novas soluções para problemas existentes. Um tipo não é melhor ou menos eficiente que o outro. Cada um deles desempenha um papel único nas organizações com o intuito de propiciar um crescimento sustentável e duradouro.
Inovações incrementais
Têm como foco a melhoria em produtos ou serviços existentes para um mercado bem definido. Tomemos como exemplo a oferta dos aparelhos celulares de última geração pelas marcas líderes. Ao lançar um novo dispositivo, o fabricante praticamente cobra um valor adicional pela respectiva melhoria incorporada ao produto antecessor. O mercado é conhecido e a disputa por tal é extremamente acirrada.
Inovação de eficiência
Remete à velha máxima adotada pela massa gerencial das organizações brasileiras: fazer mais com menos. O foco desse tipo de inovação, quase sempre é direcionado à melhoria de processos, ou seja, em como um produto é produzido. E para essa denominação, nada mais justo que citar os japoneses como referência na melhoria contínua de processos, elevando substancialmente a qualidade dos produtos e reduzindo consideravelmente o custo de bens de consumo.
Para estes dois tipos de inovação, embora suas respectivas materializações ocorram de maneiras distintas, tais inovações possuem o mesmo objetivo primordial, que é a maximização de lucros por margens cada vez maiores na venda de produtos à um mercado já conhecido.
Inovação criadora de mercado
Como o próprio nome sugere, ela busca criar um novo mercado ao ofertar um determinado produto ou serviço, anteriormente inacessível, seja pelo alto custo de produção ou até mesmo devido à impossibilidade física de acesso a esse produto ou serviço.
Diferentemente da inovação incremental e da inovação de eficiência, onde a prioridade não é a atração de novos mercados, e sim maior rentabilidade, a inovação criadora de mercado tem como essência a democratização e disponibilização do acesso à produtos inacessíveis à uma parcela de consumidores.
A inovação criadora de mercado torna-se o alicerce de uma economia sustentável, pois necessariamente irá criar mais empregos e uma gama de serviços adjacentes que serão requeridos na elaboração, oferta e distribuição deste novo produto. Esse alicerce é o que diferencia o terceiro tipo de inovação dos dois primeiros.
As organizações que buscam inovações incrementais e de eficiência quase sempre utilizarão redes de parceiros e infraestruturas existentes, enquanto a inovação criadora de mercado impreterivelmente demandará criação de novos canais de vendas, logística e infraestrutura ao dar o pontapé inicial na oferta do produto ou serviço.
Um dos exemplos mais marcantes de inovação criadora de mercado é o caso da empresa Celtel, que levou o acesso à telefonia móvel à população de baixa renda da África. Tal serviço, até então, era impraticável em diversos países africanos na década de 90. Mo Ibrahim, fundador da Celtel, não somente idealizou a disponibilização do serviço de telefonia móvel à população desfavorecida, desenvolvendo a economia local, como também conseguiu alcançar um lucro líquido de US$147 milhões em 2004.
Ainda acho que produzimos (nós, brasileiros de um modo geral) pouco e nos empenhamos pouco em aperfeiçoar processos. Não sei se por uma extrema burocracia ou por comodismo mesmo. Goooostei do texto!