A ONU publicou uma lista dos 17 maiores problemas que assolam a humanidade e que precisam ser vencidos. Estabeleceu também 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. Entre eles esrão a erradicação da pobreza, fome zero, promoção da saúde e bem-estar, educação de qualidade, redução das desigualdades e ação contra a mudança global.
Muitos dos grandes “gigantes” descritos pela ONU estão associados às questões da alma, valores e relacionamentos. O vazio existencial tem sido considerado um dos maiores problemas desta geração. A questão é desafiadora. Como vencer a falta de sentido e o niilismo que engole vorazmente a humanidade, levando milhares às drogas, ao alcoolismo, à depressão e ao suicídio? Como lidar com a ausência de sentido e propósito?
Nossa geração avançou significativamente em pesquisa tecnológica, o que proporciona melhores condições de vida e conforto. Ora, a produção de alimentos é cada vez mais eficiente com as novas pesquisas. Doenças infecciosas como malária, tuberculose e lepra têm sido, em boa parte, erradicadas. A penicilina, antibióticos e analgésicos não só diminuem as dores como também prolongam a vida das pessoas. Casas, carros, transportes e boas condições de saúde têm proporcionado melhor qualidade de vida. As distâncias geográficas também foram encurtadas.
Só não temos conseguido vencer o gigante da solidão e do vazio. As pessoas estão cada vez mais solitárias e o suicídio assume proporções pandêmicas. Doenças como depressão, angústia, fobias e demais transtornos mentais saturam os hospitais psiquiátricos. O consumo de antidepressivos tem assumido dimensão perigosa.
Jean Paul Sartre, filósofo francês, ícone do existencialismo; percebeu o grande dilema do vazio: “Nenhum ponto finito faz sentido se não se conectar a um ponto infinito.” Já o matemático Blaise Pascal afirmou que “temos um vazio em forma de Deus.” O autor do livro de Eclesiastes, que integra a coleção dos livros sagrados, afirma que “Deus pôs a eternidade no coração do homem.” Temos uma sede do infinito, do Eterno, do sobrenatural.
Em uma conferência na Rússia, Billy Graham teve um encontro privado com Rhaissa Gorbachev, esposa de Mikhail Gorbachev; que lhe disse: “Nós fomos treinados para não crer nem falar em Deus. Adotamos o ateísmo como parte do sistema educacional, mas mesmo com toda informação, o que me perturba é que não consigo resolver o vazio e a solidão existencial que dominam minha alma.”
De fato, a falta de sentido é um gigantesco problema. A ausência de significado e propósito talvez seja o maior e mais desafiador dilema da sociedade moderna. No século 6, Santo Agostinho escreveu com muita propriedade: “Nosso coração foi feito para Deus e não encontrará descanso enquanto não voltar para Ele.” O vazio da alma humana não pode ser preenchido com educação, conhecimento, dinheiro e poder. Apenas uma compreensão apropriada do significado e sentido de viver é capaz de vencer este grande gigante.