A sociedade brasileira já se acostumou a conviver com golpes — dos mais simples aos sofisticados. Ainda sob o impacto do rombo bilionário nas contas de aposentados do INSS, surge a falência do Banco Master, que deixou milhares de pessoas no prejuízo. Golpes milionários atingem tanto os mais humildes quanto cidadãos instruídos, que acreditam estar imunes, mas acabam igualmente enganados.
Por Vander Lúcio Barbosa
Muitos se perguntam como pessoas inteligentes e experientes caem em fraudes aparentemente óbvias. A resposta está nos atalhos mentais usados para decisões rápidas. Esses atalhos, explorados por golpistas, revelam uma vulnerabilidade humana comum. Não é apenas falta de informação, mas a manipulação psicológica que torna qualquer um suscetível a armadilhas bem construídas.
A engenharia social é o conjunto de técnicas que explora emoções como medo, esperança e confiança. Ela induz decisões contrárias aos próprios interesses. A “Lei de Gerson”, que valoriza levar vantagem, também contribui para a ilusão de ganhos fáceis. No Brasil, golpes financeiros são frequentes e se espalham por todos os cantos, atingindo vítimas diariamente.
Decisões financeiras raramente são puramente racionais. Emoções como ganância, urgência e solidão influenciam escolhas. Golpistas se aproveitam disso, criando situações que parecem únicas e imperdíveis. A sensação de escassez ou exclusividade leva à impulsividade. A vítima, tomada pela emoção, age sem refletir, acreditando estar diante de uma oportunidade rara.
Outro fator decisivo é a aversão à perda. A dor de perder algo é mais intensa do que a alegria de ganhar. Isso faz com que as pessoas aceitem riscos desnecessários para evitar prejuízos. Golpistas sabem disso e manipulam essa emoção para pressionar decisões rápidas. Por isso, é essencial manter a calma e avaliar com cautela.
Mesmo negócios aparentemente vantajosos devem ser analisados com atenção. O apelo emocional pode mascarar riscos reais. Antes de investir ou aceitar propostas, é importante buscar informações, desconfiar de promessas fáceis e lembrar que, muitas vezes, o golpe se esconde justamente onde parece haver segurança. A prudência continua sendo a melhor defesa contra fraudes.
Em tempo: A expressão “Lei de Gérson” surgiu de uma campanha publicitária de 1976 com o jogador de futebol Gérson, que falava: “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?”. O conceito passou a simbolizar comportamentos oportunistas para obter benefícios a qualquer custo.
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