Modelo de Anápolis, engajada em campanha social, fala sobre carreira e violência doméstica
Por Vander Lúcio Barbosa
Casada, dona de uma beleza singular e muito bem resolvida profissional e financeiramente. Esse é o perfil da modelo Juliana Santos (@juliana.gsantos), que atualmente participa da campanha Sinal Vermelho – aquela em que as mulheres vítimas de abuso e violência doméstica, usam batom para fazer um x vermelho na palma da mão, mostrando a atendentes de farmácias e outros estabelecimentos, pedindo socorro em silêncio.
Esta não é a primeira vez que Juliana se engaja em campanhas de cunho social em seus 17 anos de carreira. Mas tem sido a que mais a marcou. Dona de uma opinião forte sobre o assunto, ela considera a violência doméstica uma das mais brutais, justamente pelo caráter de intimidade que a vítima tem com seu agressor. “É devastador ser abusada por quem se ama”, imagina ela.
Juliana detalha que tem aprendido muito com a atuação na campanha, de abrangência nacional. “A vítima de violência doméstica é aquela advogada, médica, dentista, engenheira. É aquela grande executiva. Aquela mulher que ganha melhor que o homem. Aquela mulher no poder. Sou eu. É você. É qualquer uma. Conheço várias vítimas de violência, seja psicológica, física ou emocional”, relata.
Sem perdão
Em sua fala, a modelo não conseguiu esconder a perplexidade diante de um comportamento que insiste em se perpetuar, mesmo em pleno século XXI, em que diferenças entre gêneros já deveriam estar superadas, para dar espaço a outras questões. “Espero um resultado gritante e que o máximo de vítimas se sintam fortes e apoiadas o suficiente para terem coragem de denunciar e encerrar esse ciclo repudiante”, frisa.
Juliana é categórica ao afirmar que não acredita na recuperação do agressor, justamente pela recorrência. Segundo ela, trata-se de uma falha de caráter, já que é muito comum que o homem já tenha feito isso com várias parceiras. “Não seria seria capaz de perdoar um ato de tamanha covardia, até porque acaba a confiança e eu estaria sujeita ao risco de acontecer novamente, podendo até perder a vida”, afirma.
Para as vítimas de violência doméstica, a modelo aconselha: “você não está sozinha, denuncie, não se cale, não deixe isso acontecer, quanto mais pessoas denunciarem, mais perto podemos chegar de diminuir essa covardia contra a mulher”. E, para o agressor, Juliana pede consciência: “é crime, é repudiante. Seja a violência que for, isso não é sinal de força, mas de desespero, fraqueza e ignorância”, completa.
Digital influencer
Alheia ao conceito estereotipado que o termo “digital infliencer” adquiriu, ela aposta no trabalho sério que realiza nas redes sociais, cabendo ao público, “separar o joio do trigo”. “Foi uma função que simplesmente aconteceu, pelo fato de já trabalhar com esse nicho. Devagar, fui conseguindo seguidores, parceiros e trabalhos. Me atualizo sempre e tenho a certeza de oferecer o melhor conteúdo nas minhas páginas”, simplifica Juliana.
Mas ela prefere não julgar quem ainda não se expressa de maneira profissional. A modelo considera a internet um espaço democrático e acessível. Infelizmente também para quem quer expôr discursos de ódio e preconceito. Entretanto, pondera que a web, ao contrário da crença popular, não é uma “terra sem lei”. Há que se ter cuidado, respeito, e empatia, sob pena de banimento ou mesmo medidas cíveis e criminais, presentes no ordenamento jurídico brasileiro. “As pessoas deveriam se informar, ler mais, ter mais empatia, e muito cuidado com o que postam”, explica.
Para atuar como modelo, ser bonita é só um detalhe
Para ter sucesso como modelo, não basta ser bonita. No fim das contas, isso é só um detalhe. Juliana afirma ser necessário disciplina, estar sempre atualizada sobre moda, determinação, auto confiança, disposição pra trabalhar duro, paixão pela profissão e persistência. “Existe glamour, mas só depois de muito suor e apenas para aqueles que conseguem permanecer de pé, depois de enfrentar muitos desafios e dificuldades”, revela.
Também não há espaço para quem não tem conhecimento. Quem tem apenas beleza, não decola na carreira. Juliana sempre dividiu os holofotes com os estudos. Formou-se em Farmácia em 2018 e logo se pós-graduou em Farmacologia e Farmácia Clínica, cursando atualmente especialização em Estética e Cosmética. Contratada das agências Story Model, de Anápolis; TM Model, de Goiânia e Rank Model, de Florianópolis, é atualmente embaixadora da marca Bio Instinto.
Como influencer, Juliana Santos afirma que devem haver os mesmos princípios, acrescidos de bom senso, humor, disposição pra produzir um bom, saudável e relevante conteúdo e uma pitada de sagacidade. “Mas, longe de mim ter a receita pra isso. Apenas dou o meu melhor e fico atenta às tendências, afinal, este é um ramo completamente novo”, diz ela.
Sobre sua atuação em Anapolis, a modelo se diz satisfeita. A cidade tem crescido muito nesse aspecto e não deixa a desejar, se comparada a outros grandes centros. “Apesar de já ter trabalhado em outros estados, hoje em dia fico mais aqui. Escolhi assim, pra poder estar mais presente na minha família”, finaliza.
PINGUE PONGUE:
Comida: Risoto
Bebida: Cerveja
Religião: Cristã
Esporte: Vôlei
Cultura: Leitura
Livro: A Arte da Guerra
Música: Breathe (Pink Floyd)
Signo: Escorpião
Inspiração: Meu pai
Sonhos: Vida plena, leve e com saúde
Projetos: Vários sendo executados e vários no papel, que em breve serão divulgados
Família: Meu tudo
Paixão: Praia
Frase: “Não é preciso entrar pra história pra fazer um mundo melhor”
Time: Flamengo
Anápolis: Minha terrinha, onde tive oportunidades, onde me formei, onde cresci, onde me tornei quem sou
Política: Só quero o melhor pra esse país maravilhoso, que tem tanta chance de ser incrível, se governado por boas mãos
COVID: Nunca imaginei que viveria pra ver uma pandemia desse nível. Consciência e cuidado sempre em primeiro lugar. Torço pra que passe logo e com o menor número possível de acometidos.