O consumo de edulcorantes no Brasil cresce de forma acelerada e já faz parte da rotina alimentar de milhões de pessoas. A busca por produtos “zero açúcar”, associada à ideia de um estilo de vida mais saudável, impulsiona essa tendência.
De acordo com levantamentos da Anvisa, entre 9% e 14% dos alimentos industrializados no país contêm algum tipo de edulcorante. Esse percentual se torna ainda maior quando se trata de bebidas ultraprocessadas, que chegam a registrar quase 40% de presença desses aditivos.
Definição e tipos
Edulcorantes substituem o açúcar e adoçam alimentos sem acrescentar calorias ou adicionando quantidades muito pequenas delas. Eles se dividem em dois grandes grupos. Os intensivos, como a sucralose, o aspartame e a sacarina, adoçam em doses mínimas e praticamente não oferecem energia. Já os polióis, como o xilitol e o eritritol, contêm calorias, mas em valores bem mais baixos que o açúcar tradicional. No Brasil, a Anvisa regulamenta todos esses compostos, define limites de uso e exige rotulagem clara para garantir segurança ao consumidor.
Motivos do aumento
O aumento no consumo ocorre por diferentes razões. A indústria alimentícia, pressionada a reduzir o açúcar nos produtos, passou a usar edulcorantes com mais frequência. Ao mesmo tempo, os consumidores buscam alternativas que prometem menos calorias e mais saúde. Rótulos como “diet”, “light” e “zero” reforçam a percepção de que os produtos são benéficos, embora especialistas ressaltem que trocar açúcar por adoçante não torna o alimento automaticamente saudável.
Efeitos no organismo
Os efeitos dos edulcorantes no organismo seguem em debate, mas já existem evidências importantes. Pesquisas mostram que, em curto prazo, eles ajudam a reduzir calorias e evitam picos de glicose no sangue, o que interessa especialmente a pessoas com diabetes. No entanto, outros estudos alertam para riscos associados ao uso contínuo, como alterações na microbiota intestinal, maior predisposição à resistência à insulina e até impactos cardiovasculares. Além disso, algumas pesquisas levantam hipóteses de que o consumo elevado pode afetar funções cognitivas ao longo do tempo, embora essa relação ainda esteja em investigação.
Efeitos adversos
Os polióis, presentes em gomas de mascar e balas sem açúcar, provocam desconfortos gastrointestinais quando ingeridos em excesso, como gases e diarreia. Substâncias como o aspartame também já foram analisadas por organismos internacionais quanto ao risco de câncer. No entanto, até o momento, os estudos não comprovam perigo quando os edulcorantes são usados dentro dos limites recomendados.
Desafios e escolhas
A procura por edulcorantes reflete dois movimentos simultâneos. De um lado, consumidores tentam reduzir os danos do excesso de açúcar, que causa obesidade e diabetes. De outro, o paladar brasileiro mantém a forte preferência pelo sabor doce, agora transferido para novas formas químicas. Para especialistas, a solução não está apenas em trocar o açúcar por adoçantes, mas sim em promover uma reeducação alimentar. Valorizar alimentos in natura e reduzir o consumo de ultraprocessados se mostra essencial.
Consumo consciente
Os edulcorantes podem atuar como aliados no curto prazo, especialmente para quem precisa controlar a glicemia ou reduzir calorias. Porém, o consumo deve ocorrer de forma moderada e consciente. O crescimento dessa indústria no Brasil revela como o mercado responde rápido à demanda por produtos com menos açúcar, mas também reforça a importância de olhar além dos rótulos. Mais do que escolher entre açúcar ou adoçante, o desafio está em construir uma relação equilibrada com a alimentação e priorizar escolhas que tragam benefícios duradouros para a saúde.
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