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O repouso da guerreira

de Nilton Pereira
16 de abril de 2021
em Boa Prosa
Reading Time: 2 mins read
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Minha mãe tinha 23 anos quando eu nasci. Ela já havia gerado dois filhos. Um deles não sobreviveu. Depois de mim, vieram outros três, todos saudáveis. Ao olhar para as fotografias do passado, sem recursos de Photoshop, retoques e outros artifícios, contemplo a beleza dela. Nunca vi uma mulher mais bonita do que a minha mãe. Cabelos castanhos claros, olhos verdíssimos, altura mediana, rosto maravilhoso, angelical. Foi assim que mantive na memória a figura dela. 

Mulher lutadora desde o início, filha de um casal de retirantes que, com uma imensa prole, veio para Anápolis atraído pela chegada da Estrada de Ferro. Fez de tudo um pouco nesta Cidade. Foi empregada doméstica; foi lavadeira; foi cozinheira; foi costureira, foi dona de casa. Casou-se com um homem pobre, mas honrado (meu pai, Alcides José Pereira) e trabalhador. Criou cinco filhos dela e, mais quatro ou cinco filhos de outras mães, que, em épocas diferentes, acabaram indo parar na nossa casa, cada qual por um motivo distinto. Mas, ela criou a todos como se do ventre dela eles tivessem saído.

Minha mãe era de uma sabedoria incomparável. Segura; obstinada; determinada; sem muita cultura, mas, sobrava-lhe dignidade para tocar a vida. Foi assim que ela viveu ao lado dos filhos e de meu pai. Ficou viúva com 62 anos. Permaneceu por mais 32 cuidando e amando os filhos, netos, bisnetos e um tataraneto. 

O nome dessa mulher formidável era (e, sempre será) Almezinda de Almeida Pereira, nascida em Campos Belos de Goiás, no dia 26 de junho de 1926. Essa extraordinária cidadã foi mais uma vítima da covid-19. Deus a levou no último dia 10, no começo de uma noite fria do outono de 2021. Deixou para traz um rastro de amor, de solidariedade, de sabedoria, de infinita bondade. Talvez, por isso, Deus a tenha recolhido.

A guerreira, agora, repousa em paz. Sepultamos seu corpo na terra fria do Cemitério São Miguel, junto aos restos mortais de seu inseparável companheiro de muitas décadas. Curioso que, por incontáveis vezes, ela nos relatou como se deu a transferência (nos anos 30) do Cemitério da área em que, atualmente, é a Praça Americano do Brasil, para onde ele está agora. Ela era uma criança na época. Talvez já imaginasse, um dia, repousar ali. Minha mãe é a personagem central de uma bela história de vida. 

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