Grupo alega que pacientes não podem usar máscara e que profissionais ficam muito mais expostos ao vírus
O presidente do Conselho Regional de Odontologia de Goiás, Renerson Gomes dos Santos e o delegado do CRO em Anápolis, Weber Adorno, enviaram requerimento ao Ministério Público pedindo que os odontólogos façam parte do grupo prioritário a ser vacinado contra a Covid-19.
Segundo eles, os profissionais fazem parte de um grupo de extremo risco, já que atendem à um público que, por motivos óbvios, não pode usar máscara. Os odontólogos ficam em contato direto com a saliva dos pacientes, trabalhando próximos ao nariz e a boca de várias pessoas durante o dia. Além disso, fazem parte de uma atividade essencial, realizando mais de 30 mil procedimentos por mês, só em Anápolis.
“É óbvia e visível a necessidade de imunizar essa parcela da sociedade. Por isso, nós apressamos nessa solicitação”, explica Adorno. O delegado diz ainda que compreende a escassez das vacinas, mas pede que seja dada essa prioridade assim que mais doses estejam disponíveis. “Estamos fazendo a nossa parte, mas também precisamos desse respaldo por parte da prefeitura”, completa ele.
Em resposta, o Secretário Municipal de Saúde de Anápolis reconheceu a necessidade da classe e prometeu levá-la em consideração. Mas argumentou que as doses ainda não estão disponíveis em quantidade suficiente para permitir que haja uma convocação de pessoas com idades abaixo de 70 anos. “Nesse momento, a prioridade é dos idosos. Uma diretriz do prefeito Roberto Naves da qual também compartilho” disse o secretário Júlio César Espinoza.
Ainda de acordo com o secretário, esse modelo de distribuição segue o PNI – Plano Nacional de Imunização, que determina a vacinação de profissionais de saúde da linha de frente, pessoas institucionalizadas e idosos, que representa o grupo mais vulnerável à doença. Todo o processo de vacinação está sendo acompanhado e referendado pelo Ministério Público. “Com o recebimento de novas doses será estudado a extensão para outros grupos prioritários, dentre eles os odontologos e outros profissionais de saúde. Dependemos portanto da disponibilidade de novas doses”, completa ele.
Meu cunhado é dentista no Rio de Janeiro e já foi vacinado.