É plenamente justificável, e necessária, a reedição do programa Bolsa Família, agora com o nome de Auxílio Brasil. Milhões de pessoas dependem desta ajuda e os governos, (no caso, o Federal) por certo, têm a obrigação social, ética e constitucional de socorrerem aos necessitados. De fato, este exército de dependentes da ajuda oficial é composto, em sua maioria, de gente que, ao longo do tempo ou, desde sempre, perdeu as oportunidades convencionais. Desempregados, enfermos, desanimados e, principalmente, despreparados para o mercado de trabalho. Grande parte dessas pessoas vive na descrença e na desilusão, por não encontrarem apoio e suporte para integrarem a chamada inserção social.
Gente que veio do campo e, sem preparo, não consegue emplacar um emprego. Gente que foi atingida, em cheio, pela pandemia da covid-19 e se mostra em total desânimo, desacorçoada em procurar um novo caminho. Gente que já tentou, por várias vezes e, ao não conseguir, desistiu, passou a viver da ajuda oficial, das cestas básicas e, até, da caridade social. Por certo, grande parte dessas pessoas gostaria de ter um recomeço na vida, voltar a produzir, de sair da incômoda, vexatória e constrangedora situação de ficar o mês inteiro na espera de alguns trocados para assim, tentar tocar a vida. Mas, por certo, esta nunca foi, não é e não será a solução para este angustiante problema.
Conheça os líderes de reclamações junto ao Procon Goiás
É certo que a situação não começou agora, não é fruto, exclusivo, da pandemia. Ela, sim, agravou os problemas de muitos, mas não é causadora original do sofrimento de todas essas famílias. Antes dela (a pandemia) milhões de pessoas já viviam em dificuldades, na luta desigual para a sobrevivência, pelos motivos já elencados. Todavia, de nada adianta, apenas, lamentar. A vida segue. Caminhos precisam ser abertos e encontrados para a diminuição desta angústia social, dessa ferida que não se cicatriza, que não se extermina. Por enquanto, o Governo, a duras penas, tem segurado a onda, evitando o pior. Ou seja, o caos social. As pequenas ajudas têm contido o ímpeto da coletividade. Mas, não se sabe por quanto tempo.
Desta forma, o poder público (Federal, estaduais e municipais) está na obrigação de buscar alternativas para sanar, pelo menos, parte dessa situação degradante. Apenas doar dinheiro para as famílias carentes não vai resolver. Até porque, os recursos públicos advindos dos tributos que a comunidade recolhe, é sabido constitucionalmente, que devem ser coletivos, ou seja, aplicados para o benefício de todos. Assim sendo, compete aos governantes criarem saídas, como a geração de empregos, a circulação de bens de consumo e, o mais importante, a distribuição racional da renda. Qualquer pai de família se sentiria mais digno ao receber o salário no fim do mês trabalhado, do que ficar em filas de lotéricas à espera de minguados recursos que não resolvem nem seus problemas mais básicos.