A farmacêutica brasileira EMS lançou, nesta segunda-feira (4 de agosto de 2025), dois medicamentos injetáveis à base de liraglutida: Olire, indicado para o tratamento da obesidade, e Lirux, voltado para o controle do diabetes tipo 2. Com esse lançamento, a EMS se tornou a primeira empresa a produzir esse tipo de caneta emagrecedora inteiramente no Brasil.
Preços
A empresa disponibilizou, inicialmente, 150 mil canetas em farmácias das regiões Sul e Sudeste. Desse total, 100 mil unidades correspondem ao medicamento Olire (com embalagens contendo 1 ou 3 canetas), enquanto as outras 50 mil referem-se ao Lirux (com embalagens de 1 ou 2 canetas). A EMS pretende expandir as vendas para todo o território nacional nas próximas semanas.
Além disso, os preços variam conforme o medicamento e a quantidade adquirida. O Olire custa R$ 307,26 na embalagem com uma caneta e R$ 760,61 no pacote com três unidades. Já o Lirux tem preço inicial de R$ 307,26 (uma caneta) e R$ 507,07 (duas canetas). A farmacêutica pretende alcançar a marca de 250 mil unidades vendidas até o final de 2025 e atingir meio milhão até agosto de 2026.
Crescimento do mercado de GLP-1
O lançamento ocorre em um momento de forte crescimento do mercado de análogos de GLP-1, substância usada no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. No Brasil, esse segmento movimenta cerca de R$ 6 bilhões por ano. No cenário internacional, a projeção aponta que o mercado deve atingir US$ 150 bilhões até 2030, conforme estimativas da indústria farmacêutica.
Perfil dos medicamentos
A EMS recebeu aprovação da Anvisa em dezembro de 2023 para comercializar os dois medicamentos. No entanto, a empresa só conseguiu iniciar as vendas após o vencimento da patente da liraglutida, que ocorreu em março de 2025. Dessa forma, Olire e Lirux surgem como alternativas similares aos medicamentos Saxenda e Victoza, fabricados pela Novo Nordisk.
Tanto o Olire quanto o Lirux contam com aplicação subcutânea diária, permitindo a administração no abdômen, braço ou coxa. O Olire é indicado para pessoas com obesidade e oferece dose máxima de até 3 mg por dia. Além disso, a medicação pode ser utilizada a partir dos 12 anos, especialmente por pacientes com sobrepeso e comorbidades. Por outro lado, o Lirux se destina ao controle do diabetes tipo 2, com dose máxima diária de 1,8 mg, sendo liberado para pacientes com 10 anos ou mais.
Concorrência e projeções
Com essa iniciativa, a EMS reforça sua presença no mercado e amplia sua competitividade frente a gigantes internacionais. A farmacêutica também projeta ampliar sua atuação internacional por meio desses produtos.
Enquanto isso, a Novo Nordisk continua investindo no Brasil. A empresa estrangeira destinou mais de US$ 1 bilhão à ampliação da fábrica em Montes Claros (MG), com o objetivo de expandir a produção de medicamentos como Ozempic e Wegovy até 2028.
Além disso, a Hypera Pharma já anunciou que pretende lançar versões similares de medicamentos à base de semaglutida a partir de 2026. Com isso, o setor farmacêutico se prepara para uma disputa ainda mais intensa no segmento de tratamentos voltados ao emagrecimento e controle glicêmico.
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