São vários os fatores determinantes do número tido como inaceitável na sociedade atual, em que pese avanços registrados ultimamente
No ano passado (2024) ocorreram, no Brasil, 1.187 óbitos maternos durante a gestação, no parto ou até 42 dias após o nascimento do bebê em 2024, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. A maioria dessas mortes foi causada por hipertensão (como pré-eclâmpsia e eclâmpsia), hemorragias, infecções e complicações no parto, que poderiam ser evitadas caso tivessem atendimento rápido e cuidados adequados desde o pré-natal. O número é assustador. Muitas dessa mulheres deixaram, não só o bebê recém-nascido – houve inúmeros casos da morte de mãe e filho(a), mas, outros filhos anteriores. Foi um ingrediente mais devastador, ainda, pois, abriram-se lacunas sociais e familiares de difícil reconstituição.
Os números apontam que, no ano passado, a região Centro-Oeste registrou 104 óbitos maternos, dos quais 51 ocorreram em Goiás. A falta de assistência qualificada durante a gestação e o parto, também, acabam por afetar, diretamente, a sobrevivência e a saúde dos recém-nascidos. Muitas crianças perdem a vida ou enfrentam complicações graves, porque suas mães não tiveram acesso a um acompanhamento ou não receberam atendimento assertivo em situações de risco.
Segurança
Este ano, a Organização Mundial da Saúde trouxe, em sua campanha para o Dia Mundial da Segurança do Paciente, celebrado no último dia 17 de setembro, os cuidados seguros para os recém-nascidos e crianças, reforçando-se a importância de prevenir riscos evitáveis desde o início da gestação. No mundo, dados recentes da OMS revelam que ocorram cerca de 287 mil mortes maternas por ano, a maioria concentrada em países de baixa e média renda. A mortalidade materna enfrenta desafios e não está no caminho certo para se atingir a meta 3.1 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável. O foco é alcançar uma taxa global de mortalidade materna abaixo de 70 por 100.00 nascidos vivos até 2030.
O cenário é um indicador da fragilidade dos sistemas de saúde e da necessidade urgente de investimentos em cuidados, com protocolos e procedimentos implementados e acessíveis para proporcionar mais segurança às vidas das mães e bebês. Para Gerência de Operações da ONA (Organização Nacional de Acreditação), a maioria das mortes maternas é evitável. O cuidado começa no primeiro atendimento da gestação até o pós-parto e cada etapa exige atenção qualificada e protocolos bem definidos. “É importante esclarecer que a saúde da mulher e do recém-nascido estão profundamente conectadas e ambos necessitam de acompanhamento de qualidade, preciso e assertivo, principalmente, se a mãe apresentar qualquer anormalidade ou situação de risco durante sua gestação. Quando a instituição adota padrões claros e seguros, o cuidado deixa de depender do improviso e passa a ser confiável, eficaz, humano e salva-vidas”.
O Brasil registrou, em 2024, o menor número de óbitos fetais e infantis. Foram 35.450 óbitos, uma redução significativa em comparação aos 37.952 de 2023 e aos 38.540 de 2022. Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e compilados pela ONA, Organização Nacional de Acreditação, essa queda de 8,02%, de 2022 a 2024, na mortalidade infantil mostra que o País tem avançado na proteção das crianças. (Com agências).
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