Técnico ensina de uma vez por todas como escolher uma boa máquina para trabalhar ou estudar em casa
Nem a alta do dólar, nem a escassez de componentes tem inibido as vendas de computadores em Anápolis. Segundo levantamento feito nas duas principais lojas do ramo em Anápolis, os consumidores estão sendo estimulados pelo trabalho remoto e pelas aulas on-line na pandemia.
Mesmo com a pressão de custos, que colaborou para um aumento de 26,3% nos preços, os lojistas registraram um avanço de 6% no primeiro semestre de 2021, em comparação ao mesmo período do ano passado. “Considerando apenas os notebooks, o crescimento em volume foi de 21,9%”, disse o técnico Fernando Lopes, que presta consultoria à essas empresas.
Com 25 anos de experiência no ramo, Fernando também viu crescer a demanda pela manutenção desse tipo de computador. Especializado em hardware, que é a parte física da máquina, ele recebe hoje 30% mais notebooks para conserto que seis meses atrás. “As pessoas dependem deles para executar suas tarefas, por conta da praticidade e portabilidade. Quem compra um notebook dificilmente volta a ter um computador tradicional”, explica.
A escolha certa
A pedido do CONTEXTO, Fernando revelou como fazer uma boa aquisição, com base nos principais fatores a serem observados. “A compra de um bom equipamento pode ser mais cara, mas garante uma maior vida útil, menor manutenção e permanece atualizado por mais tempo em termos de peças”, detalha o técnico. Um conhecimento básico que todos devem ter para entender como funcionam os componentes de um computador. Segundo ele os principais critérios de decisão para a compra de um notebook são: velocidade e armazenamento.
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VELOCIDADE – A performance de um notebook está baseada em quatro pilares principais. O primeiro deles é o PROCESSADOR. Ele é o cérebro do notebook. Alguns modelos são mais rápidos que outros em chegar ao mesmo resultado, e essa é a maior diferença entre eles. Contudo seu modelo também impacta na velocidade de consumir energia da bateria.
Os notebooks mais básicos atualmente utilizam Intel Celeron ou Pentium Dual Core. “São notebooks que podem atender quem quer utilizar o word, excel, navegar na internet ou assistir filmes”, recomenda. Já os com processadores i3 possuem maior velocidade, mas estão um pequeno degrau acima dos Celeron e Dual Core e valem a pena se o valor for muito semelhante aos de menor desempenho.
Num outro patamar estão os processadores i5, onde a maioria vai perceber uma velocidade muito boa, em especial para tarefas gerais. Alguns modelos de i5 já podem estar associados a notebooks de maior desempenho, como os usados para jogos ou engenharia. Agora, processadores i7 e i9 já estão no topo da lista quando o assunto é velocidade. “São mais caros, mas são muito melhores”, revela.
MEMÓRIA – O propósito da memória RAM é segurar momentaneamente dados para posterior processamento. A memória RAM é mais rápida que o HD, por isso ele serve como uma memória de curto prazo para o notebook. Quanto mais memória, mais coisas podem ser feitas ao mesmo tempo, sem que o processador tenha que pedir ao HD mais dados e assim dar os famosos travamentos. “Com 8GB de RAM você já tem memória o suficiente para tarefas cotidianas. Com 4GB de memória você poderá fazer as mesmas tarefas básicas, contudo demorará mais para fazer o mesmo”, diz Fernando.
Para ele, mesmo para jogos, 8GB de RAM são o suficiente. “É claro que os jogos estão cada vez mais complexos e para alguns casos talvez você precise de mais memória. Com essa quantidade você já pode utilizar para tarefas profissionais mais técnicas como em arquitetura, engenharia ou design”. Com 16GB de RAM ou mais já é possível executar tarefas mais pesadas com maior fluidez. O técnico faz questão de chamar a atenção para a diferença entre HD e SSD. De acordo com ele, o SSD manda dados mais rapidamente do armazenamento para a memória. Isso significa que, mesmo com menos memória, é possível ter um computador rápido. “Se sua memória for 8GB ou mais então será raro sentir travamentos. E o SSD tem outras vantagens como menor peso, menor consumo de energia, menor aquecimento do aparelho e menor barulho, além de fornecer um carregamento mais rápido do sistema operacional, ou seja o computador liga mais rápido”.
ARMAZENAMENTO – A maioria dos notebooks já vem com 1TB de dados quando é HD, ou 256GB quando é SSD. Fernando relata que se você tiver 1TB, mesmo em uso profissional, raramente você vai usar a totalidade. “Para o meu uso os 256GB são mais do que suficientes”, testemunha. “O principal caso em que os 256GB podem ser pouco é caso você trabalhe com edição de vídeo profissionalmente. Nesse caso aconselho optar por pelo menos 512GB e se precisar de mais espaço talvez comprar um HD externo”, completa o técnico.
Parabéns Fernando pela matéria altamente esclarecedora. Acredito que todos poderão se beneficiar de tanto conteúdo.