Com as obras em estágio bastante avançadas, o Pátio de Manobras da Ferrovia Norte-Sul, que fica localizado próximo ao Porto Seco Centro-Oeste e da Plataforma Logística de Anápolis, deverá ser inaugurado ainda este ano, no mês de dezembro. A previsão foi feita pelo Gerente Geral de Construção da Valec, Mateus Soares e pelo engenheiro Érico Langa, da Pelicano Construções, empresa responsável pela execução do projeto. Eles acompanharam o Prefeito Antônio Gomide (PT), o Deputado Federal Rubens Otoni (PT) e o Superintendente da estação aduaneira, Edson Tavares, numa visita ao local, onde a movimentação de máquinas e de trabalhadores é bastante intensa.
Segundo o engenheiro Érico Langa, serão 25 quilômetros de linha construídos, numa área de nove alqueires. Para se ter uma idéia da dimensão dos trabalhos, ele explicou que são mais de um milhão de metros cúbicos de aterro; 30 mil metros cúbicos de concreto a serem aplicados na obra; e, ainda, a construção de um viaduto ferroviário.
O Superintendente do Porto Seco, Edson Tavares, salientou que o pátio é uma obra fundamental para garantir a operacionalidade da Norte-Sul. Do trecho de Anápolis até Palmas, são 800 quilômetros já quase concluídos. Inclusive, o gerente da Valec percorreu cerca de 500 quilômetros de Gurupi (TO) até Anápolis na própria ferrovia, ficando apenas um trecho de um quilômetro que não pode ser completado.
Para Edson Tavares, a Norte-Sul, que tem o seu marco zero em Anápolis, possibilitará a integração ferroviária no País, já que fará conexão com a Centro-Atlântica, que dá acesso às regiões portuárias das regiões Sul e Sudeste e a própria Norte Sul, com acesso aos portos da região Norte-Nordeste, como Itaqui, no Maranhão. Além, ainda, da integração com outros eixos. “Goiás e Anápolis, se transformarão num grande hub de transporte e logística num futuro próximo, com a Ferrovia Norte-Sul, o Aeroporto de Cargas e as nossas rodovias”, ressaltou, acrescentando que, no caso da ferrovia, haverá um grande incremento nos setores econômicos ligados à extração mineral e o agronegócio. Algumas empresas sediadas em Anápolis, como é o caso da Granol, Sotrigo, Adubos Araguaia, Bunge, dentre outras, deverão se utilizar do modal ferroviário para a sua logística de transporte e distribuição de produtos.
O gerente da Valec, Mateus Soares, informou que a intenção do Governo Federal é que já no primeiro trimestre do ano que vem, a Norte-Sul esteja totalmente concluída e, a partir daí, serão dados outros passos para a sua efetiva operacionalização. Pelo menos mais quatro pátios estão em andamento ou iniciando as obras. Mas, ele garantiu que tudo fica pronto até no ano que vem, inclusive, o túnel 2, que fica dentro do perímetro urbano de Anápolis, passando por baixo do antigo Kartódromo.
Economia
O Prefeito Antônio Gomide (PT) ressaltou que a construção do pátio é um marco importante da Ferrovia Norte-Sul que, na sua avaliação, trará uma grande transformação para o Brasil e, especialmente, para Goiás e para Anápolis. Ele salientou que o Município, hoje, já concentra quase um terço do que é importado em Goiás e também avança com as exportações, que devem crescer de forma significativa com a ferrovia em operação, aumentando, consequentemente, a arrecadação de tributos e a geração de empregos. E, mais ainda, com o Aeroporto de Cargas, outra obra, também em andamento e que, conforme disse, também vai contribuir para mudar o perfil econômico da região.
O Deputado Federal Rubens Otoni (PT) lembrou que a ferrovia foi idealizada e iniciada ainda na década de 80, sendo retomada a partir do primeiro mandato do Governo Lula. “De lá para cá temos acompanhado essa obra e ficamos muitos felizes que ela esteja entrando na reta final e possa entrar em operação em 2014, trazendo muito desenvolvimento para o Brasil e para Goiás”, destacou.
Hoje, a Ferrovia Norte-Sul opera um pequeno trecho de 720 quilômetros entre Palmas (TO) e Açailândia (MA). Quando chegar ao final de sua construção, a ferrovia contará com 2.760 quilômetros de extensão e irá reduzir o custo dos transportes, o consumo de combustíveis, os pesados ônus de manutenção do modal rodoviário e os índices de acidentes nas estradas. Ou seja, irá reduzir o chamado Custo Brasil e dar mais competitividade para as empresas.