Além de reclamarem do preço pago ao produtor pelo litro do leite, o segmento reclama da concorrência vinda de outros países, com Uruguai e Argentina
Produto essencial e, indispensável, na cadeia alimentar humana, o leite, todavia, enfrenta, atualmente, no Brasil, alguns desconfortos no aspecto econômico. Em outras palavras, há uma crise no setor leiteiro, devido a um somatório de fatores. Isso afeta, diretamente, a economia goiana, tendo em vista ser Goiás um dos quatro maiores produtores de leite do Brasil, um item extraordinário na composição do agronegócio estadual.
Avaliações de especialistas asseguram que os produtores de leite enfrentam uma crise profunda e injusta. Esta é, também, a opinião do presidente da CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins. Ele se refere à redução do preço do leite no mercado nacional, que segundo o Centro de Estudo Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo, teve redução de 19% em 12 meses.
A oferta de leite, todavia, tem crescido de forma consistente em 2025, impulsionada por investimentos e pela melhoria das pastagens na primavera e no verão. E, além da expansão interna, o volume disponível no mercado foi reforçado por um avanço de 20% nas importações de lácteos em setembro, que somaram 198 milhões e 100 mil litros, o equivalente a quase 80% desse total em leite em pó. O excesso de oferta mantém os estoques elevados e pressiona os preços dos derivados. Para o presidente da CNA, o cenário traz risco para o Brasil e pode comprometer a sobrevivência dos produtores de leite no País que, em sua maioria, são de pequeno porte e não conseguem competir com as importações.
Perspectivas para o segmento
O setor leiteiro espera estabilização de preços em dezembro, com recuperação mais consistente apenas a partir de março de 2026. A crise já mobiliza parlamentares ligados ao agronegócio, como o deputado Amauri Ribeiro (UB-GO), que exibiu vídeo de produtor pedindo socorro e alertou para uma quebradeira em larga escala entre pequenos produtores de leite em Goiás.
No Congresso, o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) relatou reunião com produtores de Marabá e alertou para o risco de colapso da atividade. Ele apontou alta nos custos, queda nos preços pagos e aumento das importações como agravantes. Marinho criticou mudanças nas regras de importação e destacou que, na Região Norte, o problema se intensifica pela baixa renda da população.
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