Uma equipe internacional de cientistas anunciou recentemente uma descoberta surpreendente que pode explicar o fascínio dos insetos pelas luzes artificiais durante a noite. Utilizando câmeras de alta velocidade e tecnologia de captura de movimento, os pesquisadores conseguiram mapear as trajetórias de voo dos insetos em 3D, revelando informações inéditas sobre seu comportamento.
Segundo o estudo, a luz artificial parece desencadear um padrão de voo instável em mariposas e outros insetos voadores, fazendo com que percam a noção de orientação, já que estão acostumados a seguir a luz no céu noturno. Assim, esses insetos não seriam atraídos pela luz, mas sim ficam “tontos” e presos em seu brilho.
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Publicado na revista Nature Connections, o estudo sugere que ao longo de 200 milhões de anos de evolução, insetos noturnos aprenderam a usar a luz das estrelas e da lua como guia para manter seus voos nivelados. No entanto, com a ascensão das fontes de luz artificial, como lâmpadas de rua e fogueiras, esses insetos se viram desorientados, voando em círculos ao redor das luzes.
Jamie Theobald, coautor do estudo e biólogo da Universidade Internacional da Flórida, destacou a importância dessa descoberta para responder a uma questão antiga sobre o comportamento dos insetos noturnos. O estudo foi conduzido na floresta nublada da Costa Rica, onde os pesquisadores capturaram em vídeo as frenéticas trajetórias de voo das criaturas em torno das luzes artificiais.
Os resultados mostraram que insetos como mariposas e libélulas muitas vezes viram de cabeça para baixo ao voar diretamente sobre uma luz, sugerindo uma clara confusão em relação à direção correta. Esse comportamento, documentado pela primeira vez neste estudo, lança luz sobre os impactos da poluição luminosa no declínio das populações de insetos e pode ajudar na formulação de medidas de conservação para mitigar esses efeitos negativos.
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