O 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira (Perfil ADV) revelou um cenário significativo para a advocacia em Goiás: 71% dos advogados atuam como autônomos, sem vínculo empregatício com escritórios específicos ou empresas. Essa estatística, próxima à média nacional de 72%, evidencia a predominância desse modelo de atuação na região.
De acordo com a pesquisa, apenas 26% dos advogados goianos estão vinculados a empresas ou escritórios privados de advocacia. Outros 5% ocupam cargos públicos, enquanto 4% são aposentados e 2% estão desempregados.
Iniciado em agosto de 2023, o estudo teve como objetivo mapear as características da advocacia no Brasil, destacando padrões regionais, dificuldades e peculiaridades da profissão. Realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), a pesquisa contou com a participação de 20.885 advogados e advogadas, representando a mais ampla investigação já realizada sobre o perfil da advocacia no país.
A pesquisa nacional revela que a condição de advogado autônomo é mais comum entre profissionais mais velhos, atingindo 72% entre os de 60 anos ou mais, e diminuindo para 56% entre os mais jovens, com idades entre 21 e 23 anos. Além disso, reflete o tempo de inscrição desses profissionais nos quadros da Ordem, que é de aproximadamente 12 anos, mesma média dos que integram empresas ou escritórios privados.
O home office é adotado por 51% dos advogados, sendo que 44% atuam exclusivamente nos centros urbanos e 45% apenas no interior. Entre os que integram empresas ou escritórios privados, a maioria atua exclusivamente nas capitais e regiões metropolitanas (50%), enquanto entre os que exercem cargo público, a atuação exclusiva no interior é mais comum (52%).
A condição de autônomo é mais frequente entre pretos (78%) e pardos (76%) do que entre brancos (70%), sem distinção de gênero. Quanto ao rendimento, os autônomos representam a maioria nas faixas de renda até cinco salários mínimos, sendo minoria nas faixas mais altas, acima de 20 salários.
Um dado relevante é que os autônomos que trabalham em home office tendem a ter rendimentos inferiores aos que trabalham presencialmente. Na faixa de renda de até cinco salários, 73% trabalham em home office, contra 58% entre os que trabalham no modelo presencial. Por outro lado, na faixa mais elevada (acima de 20 salários mínimos), os adeptos do home office registram 3%, contra 8% entre os que atuam presencialmente.