Em 31 de maio celebra-se o Dia Mundial Sem Tabaco, data estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O objetivo é que todos os países se voltem para a causa e realizam ações que possam conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo. Além do câncer, o hábito de fumar pode causar outras inúmeras doenças graves, inclusive, fatais. O cigarro é a causa de mais de cinco milhões de morte, por ano, no mundo.
O tabagismo já foi visto como estilo de vida. Hoje, o Ministério da Saúde luta contra essa prática, considerada uma epidemia. Apesar da diminuição nos últimos anos, estima-se que no Brasil existam 25 milhões de fumantes. Todos os dias, essas pessoas consomem, juntas, mais de 15 bilhões de cigarros.
Abandonar o vício não é fácil. A decisão exige mudanças de hábitos e rotinas. Mais ainda, a abstinência pode vir acompanhada de sintomas como ansiedade; irritabilidade; sonolência; inquietação, dores de cabeça, dentre outros. Algumas pessoas conseguem deixar o vício sozinhas. Outras precisam de acompanhamento de profissionais e até usar medicamentos.
O Contexto ouviu pessoas que abandonaram efetivamente o vício, ou, ainda estão tentando parar de fumar. Em todos os casos, elas contam que para conseguir, o que não pode faltar é determinação e força de vontade, já que a tarefa não é fácil.
Há um ano e dois meses a servidora pública, Lídia Missora Hangui abandonou os cigarros. Ela fumou durante 11 anos e tentou parar por várias vezes. “O fato é que me faltou força de vontade em sempre que tentei parar. Até que, na última, simplesmente aconteceu”, disse.
Dentre suas tentativas ela chegou passar três anos sem fumar, mas, depois, voltou. “Nunca fui uma fumante compulsiva. Comecei a fumar em barzinhos, porque alguns amigos fumavam. Depois, fumava quando sentia ansiedade ou estava com algum problema”, contou. Hoje, Lídia diz que tomou aversão ao cigarro e garante que nunca mais voltará fumar.
O jornalista, Hugo Oliveira chegou a pensar que jamais conseguiria abandonar o vício, tanto por fatores psicológicos, quanto pela dependência que a nicotina – substância encontrada no tabaco – causa. A maior dificuldade que ele enfrentou foi desvincular a necessidade de fumar após outros hábitos que cumpre diariamente como café da manhã, almoço e ao sentar-se para conversar com os amigos. “A maior barreira é a psicológica. Depois de várias tentativas fracassadas, quando experimentei diminuir gradualmente o número de cigarros consumidos diariamente, de fato, assumi que se fosse para deixar o negócio de vez, eu teria que mudar de postura, mudar de vida. Pensei muito a respeito, combinei com um amigo de que ambos pararíamos. Um dia antes, compramos todos os cigarros que tivemos vontade e fumamos numa tarde com os amigos. A partir do dia seguinte, 05 de janeiro de 2013, nunca mais coloquei um cigarro na boca”, contou.
Ele trocou os cigarros por aulas de Muay Thay e admite que essa decisão mudou completamente sua vida. “Passei de sedentário a viciado em esporte. Detesto faltar às aulas. Hoje, tenho certo preparo físico; minhas costas deixaram de doer; emagreci; mudei minha alimentação, estou mais disposto e tenho mais facilidade de concentração. Meu sono melhorou e minhas mãos, cabelo e roupas não fedem mais a cigarro”, completou.
Depois de oito anos fumando, Hugo sente que tomou a decisão na hora certa. “Apesar de achar que ia sofrer muito no início, não foi tão difícil pra mim. Tomei a decisão e fiquei sempre muito determinado, pronto para pagar o preço. Meu amigo, no entanto, retomou o vício. Creio que não foi tão fácil pra ele”, concluiu.
Lucyana Queiroz, que fumou por 21 anos, já tentou abandonar o vício outras duas vezes. Agora, ela está já há alguns meses sem fazer uso dos cigarros. Segundo ela, o principal motivo que a levou a tentar mais uma vez foi financeira. “Um maço do cigarro que eu fumava está custando R$ 7,00. No final do mês, vou conseguir economizar mais de 200 reais. Não parece muito, mas é um dinheiro que eu poderia estar aplicando nos meus filhos. Levá-los para um passeio, o que é bem mais saudável”, explicou.
Segundo Lucyana, o fumante está sempre apresentando desculpas para colocar um cigarro na boca. Uma hora é porque está triste e na outra alegre. Fumam, também, por nervosismo, ansiedade, etc. “Desculpas existem muitas. Sinto bastante falta. Até porque a gente cria uma rotina, no meu caso, o que mais me incomoda é quando acordo e depois do almoço”, falou.
A primeira mudança que ela sentiu ao abandonar o hábito de fumar foi o cheiro que sumiu. “Como tem pouco tempo que parei de fumar, ainda não consigo sentir tantas mudanças, mas uma coisa é nítida, o mau cheiro. O cigarro além de todos os malefícios ainda tem um cheiro horroroso que fica no corpo, na roupa, no cabelo, o hálito de quem fuma é péssimo”, finalizou.
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